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Música / Artistas

Por que Guilherme Arantes não se interessa em parcerias com novos, como Luísa Sonza

Músico compartilhou planos ambiciosos para a sequência de sua carreira: “quero desesperadamente ser maior do que eu sou”

Guilherme Arantes (Foto: reprodução Virada Cultutal 2014)
Guilherme Arantes (Foto: reprodução Virada Cultutal 2014)

Guilherme Arantes tem planos ambiciosos para seu futuro na música. Hoje com 70 anos, o artista não se acomodou com as glórias do passado e deixou claro que pretende se dedicar ao máximo que puder não só para produzir trabalhos maiores, como também para estabelecer seu nome em outro patamar.

Os anseios do cantor e compositor foram compartilhados em entrevista à Veja SP. Brincando que “o mundo vai ter que me aturar”, Arantes destacou alguns dos trabalhos que pretende concretizar nos próximos anos — e nenhum deles envolve parceria com artistas do momento, como Luísa Sonza, a quem ele mencionou nominalmente.

De início, Guilherme destacou:

“A frase que eu diria é que o mundo vai me aturar, porque ainda estou com uma centelha de criação que me permite sonhar. Quero fazer ópera, sinfonia, coisas maiores. A minha história não parou, montei meu estúdio na Espanha e me aguardem, porque sou osso duro de roer.”

Em seguida, o músico mencionou Sonza como um exemplo de artistas novos aos quais ele não pretende se vincular. Cravou, ainda, que quer deixar um legado ainda maior que o já construído.

“Vou entrar em um período de muita produtividade. Não me interessa fazer parceria com Luísa Sonza, com os novos, como outros colegas estão fazendo. Me interessam os grandes, os antigos. Estou indo para trás, porque é assim que vamos resolver a charada da música brasileira para a frente. Quero desesperadamente ser maior do que eu sou.”

Guilherme Arantes e a qualificação na MPB

Em outro trecho da entrevista, Guilherme Arantes comentou que o plano mais importante de sua carreira no momento é “me qualificar na MPB”. Famoso pelos hits emplacados nas décadas de 1970 e 1980, o músico disse que pretende se desvencilhar dos títulos obtidos no pop e que gostaria de ser visto como um nome da MPB.

“O plano mais importante é me qualificar na MPB. Foi cravada em mim uma marca muito forte de ‘arquiteto do pop’, que é um título nobre, mas comprimido no tempo dos anos 80. É uma forma de me deixar engavetado em um período, enquanto os anos 2000 foram muito reconstrutores na minha trajetória.”

Na sequência, Arantes mencionou alguns de seus ídolos e reforçou o objetivo de chegar ao nível deles.

“O meu foco é trabalhar pelo pertencimento ao patamar de cima da MPB — onde estão Chico, Gil, Gal, Caetano, Bethânia, Milton, e a geração um pouco posterior, com Alceu, Djavan, Luiz Melodia, Lenine. Chico Buarque é o meu maior ídolo. Agora, aos 70 anos, quero um lugarzinho nesse panteão.”

Com mais de 20 álbuns lançados, Guilherme Arantes disponibilizou seu trabalho de estúdio mais recente, A Desordem dos Templários, em 2021. Com 10 faixas inéditas — incluindo um tema instrumental progressivo —, o álbum foi criado após uma viagem para a Espanha durante a qual pretendia estudar compositores barrocos e visitar locais turísticos.

Com a chegada da pandemia e um problema de saúde, Arantes se dedicou às atividades em estúdio, gerando o disco em questão. As gravações foram feitas no país — Guilherme reside em Ávila, cidade no norte espanhol.