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Por que o Nordeste não recebe tantos shows internacionais, segundo produtores

Mesmo sendo a quarta cidade mais populosa do Brasil, Salvador recebe bem menos eventos do tipo em comparação ao eixo Sul-Sudeste

Gene Simmons, vocalista do Kiss (Foto: Francesco Prandoni / Getty Images)
Gene Simmons, vocalista do Kiss (Foto: Francesco Prandoni / Getty Images)

Muitos fãs de música reclamam que shows internacionais de grande porte não passam pelos estados do Nordeste. Geralmente, apenas capitais do Sul e Sudeste são contempladas, com raros “desvios” para fora deste eixo.

Salvador representa uma das cidades mais “ignoradas” nesse sentido. Embora seja o quarto município mais populoso do Brasil, com 2,9 milhões de habitantes, a capital da Bahia não recebe tantos eventos do tipo em comparação a capitais do Sul e Sudeste, incluindo Porto Alegre e Belo Horizonte, ambas com menos habitantes.

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Por que isso ocorre? Uma reportagem assinada pela jornalista Thais Borges e publicada pelo jornal Correio do Povo busca apresentar algumas respostas. A situação de Salvador é considerada de forma prioritária, visto que o veículo é da capital baiana, mas o contexto é o mesmo para outros municípios do Nordeste.

No caso de Salvador, artistas como Beyoncé (2010), David Guetta (2014), Elton John (2014), Paul McCartney (2017), Hanson (2017), Roger Waters (2018) e A-ha (2022) incluíram a cidade em suas rotas durante turnês recentes. Porém, são casos relativamente isolados.

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Ouvido pela reportagem, Alexandre Gonzaga, diretor de operações comerciais da Arena Fonte Nova (espaço que costuma receber tais eventos), revelou que houve tentativa para trazer o Coldplay. A banda liderada pelo vocalista Chris Martin fez uma série de shows em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba no início do ano.

Não deu certo por questões de, especialmente, logística. O executivo contou que Sul e Sudeste costumam estar no roteiro prioritário das atrações porque, em seguida, viajam para Argentina e Chile, que estão mais próximos.

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Falta de estrutura em termos de equipamento e malha aérea deficitária também são aspectos citados pelas fontes da reportagem. Diretor de operações da Zum Brazil Eventos, Bruno Portela afirma que o preço das passagens para Salvador faz com que outras cidades sejam mais interessantes para receber esse tipo de evento, especialmente pensando no público, visto que uma grande parcela dos fãs são turistas.

Você acaba perdendo para hubs como Recife, que recebe muitos shows de turnês, por ter a questão da malha viária para receber turistas. Um show desse porte não é só para a cidade, mas o público que vem começa a esbarrar na malha aérea. Hoje, Salvador tem deficiência de malha aérea e os valores das passagens estão elevadíssimos.”

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Outros problemas

Conforme a reportagem apresenta mais fontes, novos problemas são apresentados. A produtora de eventos Irá Carvalho aponta que grandes eventos em Salvador “não se pagam” porque as despesas são altas, em função de todos os aspectos já citados e outros, incluindo o preço dos serviços necessários para a realização.

Também faltam empresas interessadas em patrocinar tais shows, visto que a preferência também é por investir em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.