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"Mudou minha vida de verdade", diz o ator Diego Boneta sobre Rock of Ages: O Filme

O ator comenta a importância do trabalho para sua carreira, os latinos em Hollywood, seu passado como RBD e o sonho de ser um astro do rock

Stella Rodrigues Publicado em 24/08/2012, às 12h17 - Atualizado às 17h01

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Diego Boneta - AP
Diego Boneta - AP

Nesta sexta, 24, chega aos cinemas Rock of Ages: O Filme, adaptação do sucesso da Broadway. A Rolling Stone Brasil conversou com Diego Boneta, que atua como uma espécie de protagonista do longa, embora o grande astro da produção seja Tom Cruise. Diego é velho conhecido do público teen brasileiro – era ator da novela Rebelde, sucesso enorme por aqui, e se arrisca de vez em quando com algumas palavras em português.

O começo na sua carreira foi no pop, como convidado do RBD. Qual seu contato com esse ramo do rock antes do filme? Você nem tinha nascido na década de 80.

Foi isso que cresci ouvindo, é o que meus pais ouviam quando eu era criança. As bandas preferidas deles eram Queen, U2 e The Police. Depois comecei a me envolver mais com bandas oitentistas e sou envolvido até hoje, mesmo antes de Rock of Ages. Eu conhecia todas as músicas. Muita gente que não tinha nascido na década de 60 é apaixonada pelo som dessa época. Acho que música, especialmente quando é boa, transcende isso. Música boa dura para sempre. “Don’t Stop Believing” é uma música tão boa. Acho que as melodias dos anos 80 são atemporais.

Quais suas bandas preferidas da trilha e quais as preferidas dessa época, em geral?

No filme, Foreigner e Journey. Na vida, Duran Duran, a-ha, Simple Minds, Depeche Mode.

No filme, seu personagem, Drew, quer ser como o astro Stacee Jaxx. E você?

Com um macaco? Sim! [risos] [no filme, Stacee tem um macaco de estimação]. Uma coisa que o Drew tem e Stacee acaba achando é amor. Drew é apaixonado por Sherrie [personagem de Julianne Hough] e é isso que mantém os pés dele no chão. Drew é um cara muito honesto. Há uma parte [da vida] de Stacee que é inacreditável. Eu tive um gostinho disso quando me apresentava no Brasil, fizemos shows no Maracanã, no Morumbi, nos maiores estádios de futebol do mundo. E eu tinha 15 anos. Claro que me sentia como Stacee Jaxx. E é claro que eu adoraria ter tido um macaco comigo, da próxima vez que for terei meu macaco [risos]. Mas Stacee também é um personagem triste, ele é muito solitário e totalmente perdido.

Crítica: Rock of Ages: O Filme leva os excessos oitentistas para a telona.

Então, quem gostaria de ser?

Bono! E Mick Jagger. Bono em termos de voz e música e Mick em termos de performance e presença de palco. Esses dois são meus deuses, no que diz respeito à música.

O filme conseguiu reunir uma seleção musical para a trilha que mesmo quem não conhece nada da época canta junto o tempo todo.

Elas são culturalmente muito influentes. São canções que você nem sabe que sabe cantar inteiras e quando vê conhece a letra toda.

Tem algum outro aspecto oitentista do qual goste também? Roupas, cabelos...

Em termos da moda... eu acho que gosto dos biquínis altos. Mas a moda não me interessa tanto, é mais a música mesmo. Apesar de não ter vivido nessa época, sinto que as pessoas eram muito livres e muito aventureiras, destemidas e apaixonadas. Eu sinto que essa é a essência de ser um astro do rock, ser quem você quiser sem se importar com o que pensam de você.

Achamos divertido a forma como a Rolling Stone se tornou um personagem do filme.

Eu acho que a Rolling Stone é, provavelmente, a revista mais influente e legítima de música que já existiu. Ela dá validade para novas bandas e para as veteranas também. Estar na capa da revista, ou na revista, é um dos meus maiores sonhos de todos os tempos. Para um músico é algo muito grande.

Da mesma forma como a Rolling Stone não funciona muito bem como é retratado no filme, imagino que não seja pré-requisito para todo mundo que quer ser atriz ser garçonete antes, como a Sherrie. E, posteriormente, stripper, quando tudo dá errado...

[Risos] É uma comédia musical. Desde sempre tem essa tradição de garçons e garçonetes em Los Angeles que são aspirantes a artistas. A mensagem do filme é a de seguir seus sonhos – meu personagem acaba tentando a integrar uma boy band – eu odiei aquela peruca, foi a pior parte do filme. E no fim das contas não se trata do dinheiro, nem da fama, trata-se de fazer o que você ama com as pessoas de quem gosta.

O diretor e coreógrafo do filme, Adam Shankman, um veterano desse ramo, te chamou de “o próximo grande hit”. O que você quer ver “o próximo grande hit” fazendo no futuro?

É muito lisonjeiro ser visto assim. Esse é meu primeiro filme, quero continuar aprendendo e trabalhando com ótimas pessoas. O filme me abriu muitas portas no mundo da atuação, e também cantando. Estou trabalhando em um disco solo novo, Adam Levine [vocalista do Maroon 5] me contratou para o selo dele. Estou trabalhando na parte criativa da composição e estar ao lado de Adam é uma oportunidade ótima. Rock of Ages foi uma ótima plataforma para minhas duas carreiras.

Tanto você, quanto seu par romântico, Julianne Hough, já fizeram muita coisa no show business e eram conhecidos em nichos. Ainda assim, este foi o papel que mostrou vocês ao mundo. O quanto ele mudou a vida e o reconhecimento de vocês?

Foi a coisa mais divertida que já fiz na vida e também é a melhor experiência que já tive na vida e na carreira. Ter Adam Shankman acreditando em mim, trabalhar com Tom [Cruise], Alec [Baldwin], Russell [Brand]... também aprendi a tocar violão, comprei dois e fico tocando em casa, compondo e aprendendo outras músicas que sempre amei. Mudou minha vida de verdade, de muitas formas.

Há muitos brasileiros se estabelecendo em Hollywood. Como está esse mercado para artistas mexicanos? Você segue esse tipo de informação de mercado?

Fico muito feliz de ver talentos latinos, tanto brasileiros, quanto mexicanos... a cada ano tem mais gente em Hollywood. Isso mostra que os latinos conseguem chegar lá em qualquer lugar. O que me deixou muito feliz sobre esse filme é que foi a primeira vez que um ator latino pode interpretar um personagem em um filme assim que não seja latino. Drew é de Detroit. Australianos e britânicos fazem outras nacionalidades e etnias, norte-americanos fazem latinos. Acho que atores devem poder interpretar qualquer nacionalidade que puderem. Latinos deveriam ter as mesmas oportunidades que outros atores. Tenho muito orgulho de ser um dos exemplos disso. Agora estou trabalhando em sotaques britânico, francês etc.