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Certificado Noel Gallagher de alcance da fama

Prestes a vir ao Brasil para participar do Planeta Terra Festival, Ed Nash, baixista do o Bombay Bicycle Club, fala sobre Crepúsculo, preguiça e de como é fazer parte do grupo de atrações criticadas pelo ex-integrante do Oasis

Stella Rodrigues Publicado em 04/11/2011, às 11h13 - Atualizado às 11h41

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Bombay Bicycle Club - Foto: Reprodução/Facebook oficial
Bombay Bicycle Club - Foto: Reprodução/Facebook oficial

Eles têm o nome copiado descaradamente de um restaurante chinês, mas o Bombay Bicycle Club faz um indie rock de sangue britânico legítimo. O grupo desembarca no Brasil esta semana para se apresentar no Planeta Terra Festival, que acontece neste sábado, 5, no Playcenter, em São Paulo. No dia seguinte, o Bombay sobe ao palco do Beco 203, na mesma cidade.

Integrante do time de grupos que parecem comer inspiração misturada ao cereal no café da manhã, o Bombay tem lançado um álbum completo por ano, desde 2009. Existente desde 2005, a banda também conta com três EPs colocados no mercado. O baixista Ed Nash (que, na foto, está bem ao centro, de camiseta azul escura) contou, em entrevista por telefone à Rolling Stone Brasil, que essa produtividade tem algumas explicações.

“É bem engraçado, porque a verdade é que somos bastante preguiçosos. Fora fazer disco, temos preguiça de tudo. Talvez o caso seja que toda a nossa energia vá para isso”, acredita Nash. “Uma razão é que não fizemos muitos shows para promover o primeiro disco, não teve uma turnê. No segundo também, foram só umas dez performances. Então, fizemos discos. E só discos. Mas o número quatro vai demorar, vamos dar um tempo, porque agora estamos investindo em fazer toda a turnê que não fizemos antes.”

Nesse conjunto de obra bojudo produzido pelo grupo, há um corpo estranho. Estranho, pelo menos, se em comparação ao formato como a maior parte das bandas costuma produzir. Teve o disco de estreia, depois Flaws, totalmente acústico e, em seguida, um terceiro disco “normal”, A Different Kind of Fix, lançado no último mês de agosto. “De fato, não é muito normal. Acho que a maioria das bandas consideraria a gente maluco. Ninguém mudaria completamente seu som e a forma de fazer tudo. Pensando bem, foi bem burro, mas a gente gosta de fazer as coisas de outra forma”, ele afirma. “A verdade é que a ideia nunca foi lançar esse trabalho como um segundo disco, era um projeto de tempo livre que fizemos entre os discos um e dois. Mas Flaws chegou ao mercado e as pessoas gostaram. Assim, o que era para ser o segundo álbum [A Different Kind of Fix] virou o número três”, explica.

Contando sobre a vinda para o Brasil, Ed se mostra especialmente empolgado com o fato de dividir a programação com uma certa atração vinda de Nova York. “O Strokes é uma das minhas bandas preferidas da vida. Lembro de quando escutei o primeiro disco deles e pensei: ‘É a melhor coisa que já ouvi’. Então, é especial estar em um festival em que eles sejam headliners, afinal, são uma das melhores bandas dos últimos dez anos.”

Contudo, não é só a possibilidade de ver o Strokes ao vivo mais uma vez que empolga Ed. “Sempre tentamos ver o máximo de bandas ao vivo que podemos, observar o que as outras pessoas estão fazendo, aprender com isso e me inspirar. Estamos todos realizando o mesmo trabalho, afinal.”

Recentemente, circulou na internet um vídeo do cover do Bombay para “Video Games”, de Lana Del Rey (veja abaixo). Porém, infelizmente, a versão que ficou popular entre os internautas não faz parte do set list do Bombay Bicycle Club no Brasil. Primeiro, porque no cover em questão o baterista Suren de Saram toca marimba, instrumento difícil de transportar. “Mas principalmente porque se a gente tocar, as pessoas vão notar a diferença entre a música dela e a nossa e não vão mais querer ouvir a nossa”, brinca o entrevistado, cheio de humildade.

Agora, se você pensa que a oportunidade de se apresentar em um grande festival de um país estrangeiro ou o título de banda do ano de 2010 na premiação do semanário britânico NME são acontecimentos importantes na carreira de uma banda britânica, imagine só o que não significa na cabeça desses músicos entrar para o Hall da Fama dos criticados por Noel Gallagher. Para recapitular, Noel falou mal do nome da banda, dizendo que era idiota. “Para ser sincero, ele tem absoluta razão, é um nome idiota. Ninguém ficou muito ofendido. Mas sei lá, esse tipo de coisa significa que você chegou lá, ser comentado pelo Noel Gallagher. Se os irmãos Gallagher te odeiam, você chegou lá”, se diverte comentando seu certificado de alcance da fama. “Mas vai, o nome é fácil de se lembrar pelo menos...”.

Crepúsculo

Tanto dentro do cinema, como na literatura, Crepúsculo é um nome que faz olhos brilharem ou se revirarem. Ainda assim, o Bombay Bicycle Club não teve pudores de se associar a esse título. “How Can You Swallow So Much Sleep", uma das faixas do já citado terceiro disco do grupo, foi incluso como bônus na trilha de Eclipse, terceiro filme da cinessérie. “Eu nunca vi os filmes ou li os livros para saber. Mas me falam que a história é terrível”, admite. “Tudo que sei mesmo é que a trilha da saga é muito boa, a trilha eu investiguei. As bandas são muito boas e os discos se sustentam sozinhos, sem o filme, eu os compraria facilmente. E já teve Thom Yorke nesses discos. Qualquer coisa que é boa o suficiente para ele, é boa o suficiente para mim.”

Bombay Bicycle Club em São Paulo

5 de novembro - Planeta Terra Festival, às 0h30

Playcenter - Rua José Gomes Falcão, 20

Ingressos esgotados

6 de novembro, às 23h

Beco 203 - Rua Augusta, 609 - Consolação

R$ 60 (lote 1), R$ 80 (lote 2) ou R$ 100 (lote 3)

Pontos de Venda: Loja Chilli Beans Shopping Vila Olímpia ou Loja Chilli Beans Shopping Frei Caneca

Vendas online: www.divirto.com.br

Informações: (11) 2339-0358

Bombay Bicycle Club no Rio de Janeiro

8 de novembro (abertura do Broken Social Scene)

Circo Voador - Rua dos Arcos, s/n - Centro

R$ 140

Informações: www.circovoador.com.br