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Damon Albarn: “Talvez eu estivesse fugindo do disco solo inconscientemente”

Ideia da aventura solo veio após produzir The Bravest Man in the Universe, álbum de Bobby Womack

ANDY GREENE Publicado em 21/02/2014, às 19h50 - Atualizado às 19h56

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Damon Albarn - John Shearer/AP
Damon Albarn - John Shearer/AP

Nas últimas duas décadas, Damon Albarn estava tão ocupado gravando e em turnê com as bandas dele, Blur, Gorillaz e The Good, the Bad and the Queen, que a ideia de lançar um disco solo mal passou pela cabeça dele. “Eu nunca imaginei que fosse algo que eu faria”, disse ele à Rolling Stone EUA, por telefone, da Inglaterra. “Quem não ama tocar com uma banda? É incrivelmente demais. É ótimo. “Talvez eu tivesse fugindo do disco solo inconscientemente.”

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Isso mudou há dois anos, quando ele estava trabalhando em The Bravest Man in the Universe, álbum que marcou o retorno da lenda do soul Bobby Womack, produzido por Albarn e Richard Russell, dono da gravadora XL Recordings. “Nós queríamos continuar trabalhando naquilo que estávamos fazendo”, disse Albarn. “Tivemos uma inevitável conversa sobre começarmos uma banda. Foi legal começar a criar conceitos e nomes, mas, um dia, ele chegou e disse: ‘escute, se você me perguntar o que eu gostaria de fazer, eu responderia que queria produzir um disco seu’. E eu pensei: ‘certo, acho que isso significa que terei que assinar com o meu próprio nome’.”

Albarn entregou a Russell mais de 60 músicas e o deixou escolher entre elas. Alguns eram em arquivos digitais, outros eram em fitas cassete, alguns apenas rascunhos escritos em papel. Outros ainda eram gravações feitas no celular, como é o caso de “Mr. Tembo”, uma música que Albarn criou para cantar para um bebê elefante adotado por amigos na Tanzânia. “Parece irônico, mas este meio que é o disco mais colaborativo que já fiz, em termos de composição”, disse ele. “Algumas músicas surgiram quando estávamos os dois testando coisas no estúdio.”

O resultado foi Everyday Robots, um disco melancólico e reflexivo previsto para sair no dia 28 de abril. Muitas das canções nos levam à infância de Albarn na região leste de Londres. “No início, eu comecei a ir ao bairro onde eu cresci, caminhando por lá e filmando coisas com meu iPad”, disse ele. “Era como se eu estivesse fazendo a minha própria uma escavação arqueológica, escolhendo quais áreas eu gostaria de me concentrar.”

Brian Eno contribuiu como convidado nos vocais de “Heavy Seas of Love”, a faixa final do disco. “Ele é, na verdade, um vizinho meu”, disse Albarn. “Conheço ele porque frequentamos a mesma academia. Eu percebi que não ouvimos a voz dele com frequência, então, pensei que seria uma boa ideia chamá-lo para cantar.”

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Natasha Khan (do Bat for Lashes) cnata em “The Selfish Giant” e o coral de Leytonstone City Mission Choir aparece em “Mr. Tembo”. O resto do disco, contudo, foi criado por Albarn e o produtor. Russell ficou encarregado da bateria eletrônica, enquanto Albarn cantou, tocou piano e gravou as guitarras. “Fizemos tudo em apenas três meses, no meu estúdio,” disse Albarn. “Trabalhamos cinco dias por semana, das 10h às 18h.”

O músico se diz extremamente orgulhoso de Everyday Robots, mas não tem ideia se o trabalho o levará a fazer mais discos solo. “Eu sempre faço música”, disse ele. “Este [disco] simplesmente tem o meu nome nele. Você poderia dizer que estou embarcando em um novo estágio da minha vida, mas eu poderia chegar e fazer outra coisa. Então, não qier dizer que eu me tornei um artista solo.”

Nota da redação

Damon Albarn mostrou mais uma faixa inédita do disco para a rádio BBC 2, chamada “Lonely Press Play”. A versão é inteiramente acústica, com voz e violão. Ouça:

Já oficialmente, Albarn lançou a faixa-título. Assista ao clipe no player abaixo: