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Dezessete festivais de música independente criam uma nova associação

"O câncer do mercado fonográfico brasileiro é a rádio", diz o primeiro presidente da FBA, Paulo André, do Abril Pro Rock

PEDRO ANTUNES, DE GOIÂNIA Publicado em 11/11/2012, às 10h24 - Atualizado às 12h00

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Foi anunciada na tarde deste sábado, 10, a Festivais Brasileiros Associados, criada por 17 festivais independentes que abrangem todo o território nacional e são dissidentes da Abrafin (Associação Brasileira de Festivais Independentes).

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O primeiro mandato da FBA, com duração de dois anos, será liderado por Paulo André, criador e organizador do Abril Pro Rock, festival realizado anualmente desde 1992. A diretoria é completada por Vinicius Lemos (Casarão, de Rondônia) como vice-presidente, Leonardo Bigode (Goiânia Noise) como secretario-geral e Alessandro Carvalho (Udirock, Minas Gerais).

O estopim para o nascimento da FBA foi a dissidência de treze festivais da Abrafin, em dezembro de 2011, e o embrião foi criado durante o Abril Pro Rock deste ano, mas lançado oficialmente agora.

A ideia da nova associação é, além de criar uma maior comunicação entre os festivais, algo já prometido e alardeado pela Abrafin durante a sua criação, atingir também outros mercados. "Nós precisamos investir em apresentar bandas de outros países", diz Paulo André, citando festivais maiores, como Rock In Rio, SWU, Lollapalooza e Planeta Terra como potências que pouco exploram a América Latina e possuem pouco espaço para a produção independente nacional. "É nosso papel fomentar esses encontros."

"Queremos é reacender o espirito coletivo. O foco da música se perdeu por nós mesmos. Temos as cinco regiões do país aqui presentes", lembrou o novo vice-presidente. "Agora temos um calendário e um circuito prontos", completa ele.

A proposta da FBA também é fazer um trabalho de curadoria e busca pelas bandas mais efervescentes que surgem no Brasil e levá-las para rodar entre os festivais. "Não é panelinha. É uma escolha independente de gosto", explica Paulo André.

A FBA planeja aumentar o número de associados com a condição de continuidade e segurança do festival: é preciso ter realizado três edições em sequência para se juntar o grupo de verdadeiros dinossauros do universo de festivais independentes, como o Abril Pro Rock e seus 20 anos completados em 2012. " Queremos comprometimento", justificou Vinicius Lemos.

Na opinião do primeiro presidente da associação recém-empossado, "o câncer do mercado fotográfico brasileiro é a rádio". "Há um grande gargalo", diz Paulo André, sobre a diferença entre o que se toca nas rádios e o novo material promovido no país. "É um trabalho de formiguinha. As coisas não evoluíram", completou.