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Exclusivo - Trio Tuyo quer remediar as dores contemporâneas com o novo disco Pra Curar; ouça

Banda de Curitiba entrega o primeiro álbum cheio depois de elogiado EP Para Doer

Pedro Antunes Publicado em 09/11/2018, às 09h20

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Trio Tuyo lança o disco 'Pra Curar' (Foto: Luciano Meirelles / Hai Studio)
Trio Tuyo lança o disco 'Pra Curar' (Foto: Luciano Meirelles / Hai Studio)

O trio Tuyo não quer poupar seu coração, muito menos manter as lágrimas guardadas e escondidas, com o seu disco de estreia, Pra Curar, lançado nesta sexta-feira, 9, com exclusividade aqui na Rolling Stone Brasil - ouça o álbum no player abaixo.

Com 37 minutos e alguns quebrados, o sucessor do EP Pra Doer, lançado no ano passado, apresenta as irmãs Lio e Lay Soares (que participaram do programa The Voice Brasil, da TV Globo, como Lilian e Layane) e Jean Machado esparramam suas vozes – em grande parte das vezes, em uníssono - num canto de inerente melancolia, mesmo quando o resultado é doce.

Porque é essa é a vida, certo? 

Assim se dá o início do trabalho, vejam só: 

“O buraco que você abriu /
Ainda está aqui te esperando /
Feito cachorro com esperança de reencontrar o dono /
Que morreu atropelado na porta do terminal”, canta Machado em "Terminal", a primeira música do álbum.

Pra Doer, o EP, e o disco Pra Curar, são coexistentes em um universo lírico. Como uma linha do tempo, que, implacavelmente, segue sempre em direção ao futuro. O primeiro trabalho escancarava a dor. O segundo, como o título já entrega, quer a cura.

Isso se deu por um processo de maturidade pelo qual o trio Lio, Lay e Machado passou no último par de anos.

Soa, quando eles mergulham no desalento e na desesperança, como um álbum que retrata o momento social, político e econômico do País de quando essas canções foram criadas.

Pra Curar, produzido Gianlucca Azevedo (Jan) e Pedro Soares (Jack), é também um experimento sonoro entre timbres eletrônicos e vivos. A colisão do sintético e orgânico se faz responsável por erguer as vozes dos três integrantes, que funcionam tão bem juntas ou separadas.

Inserem batidas que se quebram, inspiradas pelo hip hop, enquanto as vozes entoam cantos que trazem paz. Assim que a calmaria chega, em meio ao caos.

O álbum cheio de estreia da Tuyo se mostra coeso, portanto, estética e liricamente. Destacam-se a já citada "Terminal", "Brincadeira Mais Engraçada do Universo" e "Eu Não Te Conheço". 

É "Vidaloca", a terceira faixa do álbum e também uma das melhores da nova safra, a responsável por retratar a insanidade contemporânea, com seus altos e baixos diários, corriqueiros, tão bem costurada no disco.

Parte da euforia ressabiada, como na estrofe a seguir:

"A vida anda tão massa que eu fico bolada /
Acho que tudo é armação /
Tem câmera escondida dentro da minha casa /
Pra filmar minha reação"

E segue para a confusão:

"A vida anda tão louca /
Tô encurralada com dilemas insolúveis /
Porque agora eu sou grande /
Eu to bem adulta /
Tenho que pagar de normal"

No fim, na mesma "Vidaloca", eles resumem a existência tão complexa, densa e pesada, com a sensibilidade e leveza de quem está aberto e pronto para a vida. Doa o que doer:

"Um adjetivo bom pra vida é louca /
Porque pra viver não pode bater bem”. 

Ouça Pra Curar, o disco da Tuyo: