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007 contra Spectre: ator Daniel Craig brilha, mas filme tem o roteiro confuso

Comandado por Sam Mendes, veterano da franquia, o longa tem Christoph Waltz como o vilão Franz Oberhauser

Paulo Cavalcanti Publicado em 05/11/2015, às 16h16 - Atualizado às 16h45

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James Bond - Reprodução
James Bond - Reprodução

Em 007 contra Spectre, filme que chega aos cinemas do Brasil nesta quinta-feira, 5, James Bond (Daniel Craig) vai atrás da Spectre, uma vasta rede internacional de espionagem de terrorismo que promove atentados e tráfico de drogas em várias partes do mundo. Esta desestabilização acontece no pior momento: a MI6, a agência que controla o programa 007, está em vias de ser desmontada por uma rede de burocratas comandada por C (Andrew Scott). Assim, James Bond tem que lutar pela própria sobrevivência e provar que ainda é útil. Para isto, ele desobedece ordens do superior M (Ralph Fiennes) e roda o mundo atrás dos cabeças da Spectre. Na Áustria, ele encontra quem está por trás de tudo: um milionário sociopata de fala mansa chamado Franz Oberhauser (Christoph Waltz), que revela muito mais do que Bond gostaria de saber.

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Depois de 007 - Operação Skyfall (2012), em que o foco eram os traumas emocionais e psicológicos do passado de Bond, os produtores tentaram descomplicar em 007 Contra Spectre e resgatar mais referências de filmes clássicos do agente. Sam Mendes, o diretor de Skyfall, retorna está de volta no comando. Este é um dos filmes mais caros de toda a existência da série cinematográfica britânica. A abertura, situada no Dia do Mortos mexicano, é de tirar o fôlego: Bond persegue um dos vilões da Spectre em meio a uma parada exótica e colorida de gente fantasiada de caveira e de outros motivos referentes à morte. Mas é preciso dizer que nem mesmo os belas paisagens em locações que, além do México, também incluem Itália, Áustria e, naturalmente Londres, conseguem esconder que o roteiro de 007 Contra Spectre é confuso. O filme também é muito longo (com cerca de 2h30) e tem excesso de gordura. Uma subtrama totalmente descartável, por exemplo, é a que mostra Bond seduzindo Lucia, personagem de Monica Bellucci, viúva do bandido que ele eliminou no México.

Peso da idade fragiliza James Bond em 007 – Operação Skyfall, mas herói ainda consegue se provar relevante.

Um ponto positivo do longa é propor que gente como James Bond seria descartável em um momento tecnológico em que drones podem fazer o serviço sujo de eliminar inimigos. E os agentes também não precisariam mais rodar o mundo e coletar informações por meio do corpo a corpo, com a internet providenciando comunicação instantânea. Mas, no final, 007 prova que toda essa teoria furada e que o mundo ainda precisa dele.

Veja o trailer de 007 Contra Spectre

O sóbrio Daniel Craig, pelo menos, prova que é um dos melhores 007 da história da franquia – claro, ele não é nenhum Sean Connery, mas bate de longe fanfarrões como Pierce Brosnan e Timothy Dalton. Ninguém sabe se Craig voltará a interpretar Bond uma quinta vez. Mas é certo que os cabeças por trás da franquia vão ter que inventar uma história mais interessante e enxuta do que a apresentada em 007 Contra Spectre.