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Integrante do Pussy Riot consegue transferência de prisão

Depois que Nadezhda Tolokonnikova fez greve de fome foi pedida a mudança em nome da “segurança pessoal” dela

Patrick Reevell Publicado em 18/10/2013, às 19h23 - Atualizado às 20h04

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Nadezhda Tolokonnikova (Pussy Riot) - AP
Nadezhda Tolokonnikova (Pussy Riot) - AP

Nadezhda Tolokonnikova, integrante do Pussy Riot que está encarcerada na Rússia, será transferida para outro presídio, depois de ter passado por uma greve de fome que durou nove dias para protestar contra abusos que sofreu na cadeia. As informações são da agência The Associated Press.

De acordo com um comunicado divulgado pelo Sistema Penitenciário Federal da Rússia, as exigências de Nadezhda serão atendidas e ela será transferida para "sua própria segurança”.

A artista de 23 anos está cumprindo pena de dois anos por acusações de "hooliganismo premeditado" decorrente do protesto “oração punk” que ela e as colegas de banda promoveram na Catedral de Cristo Salvador, em Moscou, em fevereiro de 2012.

Em setembro, Nadezhda afirmou que oficiais da prisão a ameaçaram por protestar contra as condições precárias de trabalho e pelas acusações de tratarem prisioneiros como escravos. Há três semanas, ela declarou greve de fome e escreveu uma carta aberta sobre o tratamento que recebia no campo - ambos geraram protestos do lado de fora da prisão. Ela terminou a greve quando estava próxima de danificar a saúde permanentemente. Foi a maior investigação focada no complexo prisional de Mordóvia, um dos maiores da Europa, em décadas. O marido de Nadezhda, Peter Verzilov, recentemente disse à Rolling Stone EUA que Nadezhda lançará uma ONG para lutar pela reforma do sistema carcerário e pelos direitos dos presos da região. “Não existe nada igual nessa região”, disse Verzilov. “Esse será o maior legado de Nadya diante dessa situação.”

Ele descreve a organização, que se chamará "Mordovlag" (abreviação em russo de “Campo de Mordóvia”), como uma ONG de controle da prisão de Mordóvia que irá empregar advogados e ativistas para inspecionar prisões, visitar prisioneiros e dar assistência em recursos legais e em questões processuais. Nadezhda será a figura pública da ONG e escreverá textos sobre o tema.

Antes do anúncio desta sexta-feira, 18, os protestos já começaram a gerar resultados. Na semana passada, o Serviço Federal da Penitenciária disse que faria mudanças: prisioneiros receberiam mais e trabalhariam menos.

A Rolling Stone EUA recebeu um comunicado de Nadezhda que, aparentemente, induziu a decisão do Serviço da Penitenciária de transferi-la novamente nesta sexta, 18. O comunicado dizia: “Desde o momento da minha volta à colônia 14, declarei greve de fome em resposta à quebra do meu direito de defesa pessoal. Fui transferida para uma colônia onde minha segurança está comprometida."

“Fui enganada para ser transferida de volta para a colônia 14. Foram apresentados a mim documentos falsos que diziam que seria levada para a colônia 13. Eu me recusei a ir até que recebesse uma ordem oficial. Fui colocada a força em um caminhão da prisão e levada de volta à colônia 14 como um saco de batatas”.