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Joe Satriani revela inspiração brasileira e faz exuberante jam de blues em São Paulo

Guitarrista realizou show gratuito no encerramento do Samsung Best of Blues Festival, na área externa do Auditório Ibirapuera; evento também contou com Artur Menezes

Paulo Cavalcanti Publicado em 07/08/2017, às 12h33 - Atualizado às 12h43

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Joe Satriani em show no encerramento do Samsung Best of Blues - Rogério Vieira/Divulgação
Joe Satriani em show no encerramento do Samsung Best of Blues - Rogério Vieira/Divulgação

O guitarrista norte-americano Joe Satriani foi o dono do Parque do Ibirapuera na noite deste domingo, 6. A apresentação gratuita na área externa do Auditório Ibirapuera marcou o encerramento do Samsung Best of Blues Festival, evento realizado anualmente em São Paulo. Veja mais fotos clicando na imagem acima.

Antes da apresentação, Satriani falou brevemente aos jornalistas sobre esta nova visita ao Brasil. Afável e acessível como sempre, ele recordou o breve tempo em que tocou no Deep Purple (“Foi muito legal, mas eu era muito ‘americano’ e de uma geração diferente para ficar na banda”); também disse que a faixa “On Peregrine Wings”, do disco Shockwave Supernova (2015) foi inspirada na música brasileira (“Eu sempre pego alguma influência musical quando venho ao país”). Já que estava se apresentando em um festival de blues, Satriani aproveitou para recordar como conheceu o estilo: depois de ficar enfeitiçado por Jimi Hendrix, começou a pesquisar quem eram as influências de seu herói e chegou aos antigos mestres do gênero. E alertou que tocar blues não é para qualquer um: “Se você não tem o feeling, esqueça”.

Às 18h30, o cantor e guitarrista Artur Menezes, que há seis anos vive em Los Angeles, abriu o evento. O músico tocou por cerca de 40 minutos e apresentou uma boa seleção de clássicos do blues, em um esquenta ideal para o astro da noite.

Joe Satriani apareceu no palco do Samsung por volta de 19h30. O público era bem grande e mesmo com o frio cortante os fãs não arredaram pé e saudaram com entusiasmo a presença do lendário guitarrista. Ao lado de Satriani estavam Marco Minnemann (bateria), Bryan Beller (baixo) e Mike Keneally (teclados e guitarra), músicos de talento e virtuosos como o próprio Satriani e que fizeram a base sonora ideal para o guitar hero.

A apresentação teve um pouco de tudo da longa carreira do astro, mas ele valorizou canções de Shockwave Supernova, o mais recente trabalho, e do clássico Surfing With The Alien (1987), segundo álbum que lançou. Este foi o disco que o consagrou e em outubro completará 30 anos. É redundante falar da inacreditável técnica de Satriani – todo mundo sabe que ele é um dos maiores guitarristas do rock moderno. Mas o que impressiona, além da destreza nas cordas, é a habilidade dele como showman – o frontman consegue segurar a atenção em um espetáculo onde nenhuma canção tem sequer um vocal. Além disso, aos 61 anos, ele aparenta ter pelo menos umas duas décadas a menos.

Ao longo do show, Satriani falou pouco. Mas antes de mandar “Crystal Planet”, a quarta canção da noite, disse que tocar no Brasil é sempre uma grande emoção, e que desta vez a ocasião era ainda mais especial, já que ele estava se apresentando ao ar livre e para uma plateia muito mais numerosa do que das vezes anteriores. Antes de executar “Friends”, do álbum The Extremist (1992), o guitarrista afagou o público ao dizer que considerava todos da plateia como amigos.

De certa forma, o show também serviu para marcar o iminente aniversário de Surfing With The Alien (Satriani inclusive reforçou a importância do trabalho, falando sobre como o disco mudou a vida e a carreira dele). Do icônico LP, ele executou “Ice 9”, “Always with Me, Always with You”, “Satch Boogie” e a faixa-título. O evento se encerrou por volta das 21h20, sendo que o final contou com a participação de Artur Menezes. Juntos, os dois comandaram uma exuberante jam de blues e colocaram fogo em uma noite fria, mas cheia de música inesquecível.