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Kelly Price relembra Whitney Houston

Cantora estava no palco na última performance ao vivo da amiga, no dia 9 de fevereiro

steve baltin Publicado em 12/02/2012, às 19h11 - Atualizado às 19h48

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A cantora chama John Legend ao palco no especial de 25 anos da Black Entertainment Television, em 26 de outubro de 2005

 - AP
A cantora chama John Legend ao palco no especial de 25 anos da Black Entertainment Television, em 26 de outubro de 2005 - AP

Na noite da última quinta, 9, apenas dois dias antes de sua morte, Whitney Houston apareceu na celebração pré-Grammy da cantora de R&B Kelly Price. As duas velhas amigas até cantaram um dueto de “Yes, Jesus Loves Me”.

Conversando com a Rolling Stone EUA na noite de sábado, Kelly – que estava claramente tentando segurar a emoção, até que caiu em lágrimas no fim da entrevista – disse que a música se encaixou perfeitamente ao momento. Veja abaixo:

“Ela era uma garota da igreja, ela se conectava com a garota de igreja que existe em mim. Eu sou uma garota da igreja, eu me conectava com a garota de igreja que havia nela”, disse Kelly. “E no fim do dia, não importa o que estivesse acontecendo, nossa conversa podia sempre voltar ao alicerce de nossas vidas, o começo cantando na igreja. Não importa o que estivesse acontecendo, nós sempre podíamos voltar para isso.”

Uma das razões que fizeram Kelly Price querer falar, mesmo sendo difícil tocar no assunto logo após a morte da amiga, é o fato de ter vontade de esclarecer os rumores sobre os problemas de dependência química de Whitney. Kelly queria falar sobre a Whitney que viu na quinta-feira à noite, não da diva problemática que apareceu na mídia nos últimos anos. As circuntâncias da morte de Whitney ainda não estão totalmente esclarecidas, mas há a suspeita de que ela tenha morrido afogada na banheira de seu quarto no hotel Beverly Hilton. Uma autópsia deverá determinar a causa da morte. Whitney participava de um programa de tratamento contra a dependência química desde maio de 2009.

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“As coisas sobre as quais as pessoas querem fazer alusão não são o que vi na quinta”, disse Kelly.

“Não tinha nenhuma loucura acontecendo, absolutamente nenhuma. E, honestamente, estou dizendo isso porque a filha dela estava lá comigo, meus dois filhos estavam lá comigo. Era uma atmosfera boa para nossos filhos estarem lá. Era isso que estava acontecendo.”

O que Kelly viu foi uma amiga próxima celebrando a música e se divertindo. “Ela veio, e festejamos como sempre fazemos”, ela contou. “Nós rimos, dançamos, cantamos e choramos e conversamos das coisas sobre as quais costumamos conversar – as crianças, a vida fora do negócio. Foi bom, ela estava bem. Foi ótimo, ela se divertiu, estava feliz e foi assim a noite inteira.”

Para a artista, é do espírito generoso de Whitney que ela mais se lembrará. “Ela não era apenas uma cantora fenomenal, ela era uma pessoa extraordinária. Ela era muito altruísta, ela daria a você a última coisa que ela tinha”, relembra Kelly. “E o modo como estávamos juntas na quinta é o modo como ela merece ser lembrada.”

Whitney muitas vezes aconselhou a amiga sobre como sobreviver no meio musical. “Ela me falou sobre quais armadilhas observar, sobre como não cair em certas armadilhas, sobre como esse mercado pode acabar com você se você deixar.”

Kelly afirmou que Whitney transmitiu a ela a importância de manter um balanço saudável entre o trabalho e a família. “Ela me disse: ‘Faça o que puder para manter a normalidade em casa. Faça tudo o que puder para estar com sua família, mantenha sua família perto de você. Não deixe esse negócio definir quem é você em casa, não deixe que isso se torne você, e se você não tomar cuidado, o negócio vai consumir cada parte da sua vida, e vai cabar com você’.” Kelly continuou: “Quero que as pessoas saibam que ela se importava com as pessoas, ela me amava, ela se importava comigo.”

“Ela apareceu na festa na quinta à noite não como uma diva. Ela apareceu, sentou e me assistiu brilhar. Ela me impulsionou a brilhar. Essa é a Whitney que eu conheço, essa é a pessoa que eles precisam entender que ela era.”

“Trabalhei com diversos artistas. Ela é provavelmente a única que sem nenhum egoísmo ia me impulsionar a seguir em frente”, recordou Kelly. “Ela queria que eu fosse ouvida, queria que eu fosse vista. E na quinta à noite, ela me disse: ‘Estou orgulhosa de você'. E significou muito porque eu entendi o significado.”

Kelly destacou a vontade de Whitney de ajudar a amiga e o desejo dela de se conectar. “Não era só sobre o Grammy, era de saber que por tudo isso, coisas que ela me disse, eu fiquei atenta – e acredito que algumas dessas coisas foram armadilhas que ela mesma vivenciou durante a vida e a carreira”, relembrou.

“O objetivo dela era me aconselhar para que eu não tivesse que enfrentar os mesmos problemas que ela. E eu a ouvi, e escutei com o coração.”