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Michael Bay defende a continuidade da franquia Transformers: “Filmes devem entreter”

Quarto longa-metragem da franquia, A Era da Extinção, mostra novos personagens e estreou nesta quinta-feira, 17

Pedro Antunes, do Rio de Janeiro Publicado em 17/07/2014, às 18h41 - Atualizado às 20h54

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Jack Reynor, Michael Bay e Nicola Peltz - Roberto Filho/Divulgação
Jack Reynor, Michael Bay e Nicola Peltz - Roberto Filho/Divulgação

O diretor Michael Bay interrompeu enquanto a primeira pergunta ainda estava sendo feita. “O que aquela mulher está fazendo?”, questionou ele, com expressão de poucos amigos, apontando para o fim da sala. Era a moça que traduzia as perguntas e respostas de inglês para português (e vice-versa) no evento com a imprensa criado para promover o mais novo filme de Bay, Tranformers: A Era da Extinção, que estreou nesta quinta-feira, 17, nos cinemas do país. “Ah, ótimo! Pode continuar o seu trabalho. Desculpe-me!”, completou o encabulado, mas risonho diretor da franquia bilionária.

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A conversa serviu para descontrair o clima da entrevista coletiva realizada ao lado de Jack Reynor e Nicola Peltz, intérpretes de Shane Dyson e Tessa Yeager, o casal de protagonistas do filme - ao lado do personagem de Mark Wahlberg -, e o produtor Lorenzo Di Bonaventura.

No dia anterior, terça-feira, 16, o diretor participou do tapete vermelho e apresentou o filme na pré-estreia realizada em um cinema localizado na região da Lagoa, no Rio de Janeiro.

Passou em todas as salas, mas a aparição em cada uma delas se resumia a apresentar Reynor, Nicola e Di Bonaventura, fazer uma piada com o tamanho diminuto do vestido de Nicola e dizer que A Era da Extinção dará início a uma segunda trilogia.

Certamente, mais um sucesso indiscutível de bilheterias.A Era da Extinção já arrecadou US$ 750 milhões ao redor do mundo e pode chegar a US$ 1,1 bilhão, segundo especialistas – o mesmo valor arrecadado pelo filme anterior da franquia, O Lado Oculto da Lua, que saiu em 2011.

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E foi justamente este o ponto que Bay abordou durante a coletiva de imprensa. “Uma jornalista perguntou-me uma vez: Por que você não faz filme de arte?’ Mas isso é arte”, diz ele. “Vocês sabem quantas pessoas trabalharam para fazer um Bumblebee [robô amarelo que costuma ser o preferido do público jovem]? Quando as crianças olham para ele, elas choram, elas veem a alma dele, ouvem os barulhos. Você sabe quanto tempo trabalhamos para fazer o rosto dos robôs se expressarem?”

Di Bonaventura entende que “os críticos e o público estão fora de sintonia” quando o assunto é a baixa avaliação dos filmes da franquia diante dos especialistas, mas as bilheterias atingem números exorbitantes. “Filmes devem entreter”, diz Michael Bay. “Já vi 25 plateias de países diferentes gostarem, aplaudirem ao final do filme e se emocionarem.”

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A ação, desta vez, não se passa somente nos Estados Unidos. Os robôs gigantes vão até a China e Bay até sugere que o Rio de Janeiro foi estudado como uma possibilidade para receber a produção do filme. O produtor, contudo, afirma que é preciso que o governo forneça vantagens aos estúdios. “Hollywood é muito prática. Alguns países nos dão apoio e facilitam para que a gente possa gravar”, diz Di Bonaventura. “Como aconteceu em Hong Kong.”

Bay ainda contou como escolheu o novo trio de protagonistas humanos do filme, Raynor, Nicola e Wahlberg. “O Mark havia perguntado sobre o novo Transformers enquanto fazíamos Sem Dor, Sem Ganho [2013]. E ele já conhecia a Nicola, então teríamos todo o lance ‘pai e filha’. Com ela foi fácil. Com o Jack, não”, diz Bay, ainda sério, em uma óbvia piada (será?) capaz de deixar o jovem ator ao lado dele corado. “Tínhamos cinco atores e pedi o celular de Jack e liguei enquanto dirigia. O que é ilegal na Califórnia”, contou o diretor. Segundo Bay, durante dez segundos daquela ligação, Reynor ficou em silêncio após ouvir que não havia conseguido o papel. “Era uma brincadeira”, conta o diretor. “Mas queria que ele se lembrasse disso para o resto da vida”.

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Nicola e Reynor, obviamente, derreteram-se diante do patrão. Ela, de 19 anos, diz ter crescido com os filmes de Transformers, o que faz sentido, já que quando o primeiro longa foi lançado, em 2007, ela tinha apenas 12 anos. “E é tudo tão real”, diz a moça. “Estamos falando de robôs, o que obviamente não existe, mas Michael nos passa tantos detalhes que praticamente os vemos.” O coprotagonista ajuda a atriz nos elogios. “Todas as corridas de carro, explosões, tudo é real. Elas são caras, mas deixam o filme único. Éramos [Reynor e Nicola] dois atores de filmes independentes.”

Michael Bay, o grande alvo das perguntas, já que não havia participado de outras entrevistas realizadas à tarde, entende que o quarto filme da franquia lida com a noção de família. “É o Optimus Prime [líder dos robôs bonzinhos] defendendo a família dele. Assim como a saga do personagem de Mark Wahlberg. E isso é algo que me faz acreditar que é o que o mundo gostaria de ver. Alguém já chamou essa franquia de ‘filmes idiotas de robôs’, mas se quase um bilhão de pessoas assistiram, algo está errado.” O diretor havia dito, durante a promoção do terceiro filme da série, que aquele seria o último. Mas voltou para A Era da Extinção. Vai acontecer o mesmo agora, nesta nova trilogia? “Acabei de terminar dois anos de trabalho, cara”, diz ele, com sorriso no rosto. “Ainda não sei. Vou descansar.”

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