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Morre o lendário jazzista Dave Brubeck

Músico morreu aos 91 anos por insuficiência cardíaca

Redação Publicado em 05/12/2012, às 16h04 - Atualizado às 19h08

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Dave Brubeck - AP
Dave Brubeck - AP

Dave Brubeck, um dos mais importantes jazzistas da história, morreu na manhã desta quarta-feira, 5, no Norwalk Hospital, em Connecticut, nos Estados Unidos. Ele completaria 92 anos na quinta, 6. A informação foi dada por Russell Gloyd, empresário e produtor do músico, ao Chicago Tribune.

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Filho mais novo da pianista Elizabeth Ivey Brubeck, David nasceu em 6 de dezembro de 1920, na Califórnia. A princípio, pensou em viver como fazendeiro, como seu pai, inclusive tendo cursado a faculdade de veterinária. Mas a música ganhou. E, principalmente, o jazz – escolha que deixou a mãe, adepta do erudito, decepcionada.

Para se entender a grandeza de Brubeck, ele foi o segundo jazz man na história a estampar uma capa da revista Time, em 1954, cinco anos depois de Louis Armstrong – e, na ocasião, ele disse ter se sentido muito desconfortável naquela posição, uma vez que achava Duke Ellington mais merecedor da honraria.

Em 1959, Brubeck lançou o disco que, por muitos, foi considerado sua grande obra-prima, Time Out, com inebriantes arranjos em canções como “Blue Rondo a la Turk” e “Take Five”. O álbum foi também o primeiro LP de jazz a vender mais de um milhão de cópias, de acordo com o San Francisco Chronicle.

Ao longo de quase 70 anos dedicados ao jazz, Brubeck provocava desconforto entre os músicos mais tradicionais, buscando bases rítmicas variadas, longe da zona de conforto – como na já citada “Take Five”, cujo compasso era levado em 5/4.

Foi com uma série de concertos nas universidades norte-americanas durante a década de 50 que o músico conseguiu quebrar outra barreira: o preconceito de que jazz, então pouco valorizado pelos estudiosos, não teria espaço entre acadêmicos. Na mesma época, ele, caucasiano, circulou pelos salões de jazz do sul dos Estados Unidos. E mais uma barreira foi abaixo, destroçada pelo prazer de ouvir a sua música, independentemente de cor, raça, religião e nível educacional.

Brubeck deixa esposa, cinco filhos e uma filha – quatro dos homens, aliás, tornaram-se músicos, seguindo os passos do pai.