Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

No Budweiser Made in America, Macklemore usa show para discursar para os fãs de rap

Neste domingo, atrações do hip-hop atraíram muito mais gente que os roqueiros do Queens of the Stone Age e do Nine Inch Nails

Bruna Veloso, da Filadélfia Publicado em 02/09/2013, às 09h49 - Atualizado às 10h10

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Macklemore no Budweiser Made in America
Macklemore no Budweiser Made in America

Depois de aparecer como um dos destaques do Video Music Awards, Macklemore & Ryan Lewis foram recebidos por um público fervoroso no Benjamin Franklin Parkway, na Filadélfia, onde aconteceu o festival Budweiser Made in America.

Com refrãos pegajosos e bases pop, orquestradas por Lewis, é fácil gostar de Macklemore. Há quem diga que é hip-hop para quem não é habituado ao gênero (algo que costuma irritar o rapper) – o que é parcialmente verdade, já que a embalagem radiofônica atinge um grande público.

Mas quem é fã de rap também aprecia Macklemore. Em um festival em que nomes do hip-hop foram destaque e atraíram grandes multidões (2 Chainz, Kendrick Lamar e Wiz Khalifa entre eles), o artista nascido em Seattle, que se apresentou no palco secundário do evento, versou para um público dançante e animado.

Ao vivo, Lewis se encarrega de comandar as pick-ups e de incitar a interação com o público, mas há ainda o reforço de um trompetista e um trombonista, que ajudam no inconfundível hit “Thrift Shop”. Dançarinas também subiram ao palco durante a música.

Os shows do Liberty Stage foram curtos, com cerca de 40 minutos, e a maioria dos artistas fez o que pôde para encaixar o maior número possível de músicas nesse período. Macklemore não se preocupou com isso: depois de aparecer com uma camisa do time de beisebol Phillies (ele é fã do esporte), elogiou a cidade, o famoso sanduíche de carne e queijo local e a arquitetura. Nenhuma música foi emendada a outra – em todos os intervalos, ele aproveitava para discursar e falar com o público, como fez antes de “Same Love”, canção anti-homofobia apresentada ao vivo no último VMAs.

Macklemore, que segue os 12 passos dos Alcoólicos Anônimos, ganhou notoriedade justamente por ter uma postura diferente no mundo do hip-hop – além de “Same Love”, há outras músicas com uma mensagem mais positiva. “Otherside” e “Starting Over” (ambas infelizmente não mostradas no show) falam sobre o vício, enquanto “Wing$” (essa sim, ouvida pela plateia da Filadélfia) versa contra o consumismo. Embora faça parte do que o levou a fazer sucesso, a necessidade de discursar o tempo todo é um tanto anticlimática, ainda mais em um evento com um tempo de apresentação tão curto. Deu pra perceber isso quando uma ou outra pessoa gritava “fique quieto e cante!”. Mas, no final, todo mundo deixou a crítica de lado para dançar ao som de “Can’t Hold Us”.

Logo depois do set de Macklemore, foi a vez do Queens of the Stone Age tomar o Rocky Stage, o palco principal do Made in America. Foi curioso perceber que não houve uma migração significativa para ver Josh Homme e cia. – era possível caminhar com facilidade, enquanto que durante a apresentação de Kendrick Lamar, que havia tocado horas antes, assim como nos sets de Macklemore e Wiz Khalifa, era difícil encontrar um ponto vazio. No segundo e último dia do Budweiser Made in America, o movimento foi diferente do que costumamos ver em festivais brasileiros, em que as últimas atrações são quase sempre as mais esperadas. O show do Nine Inch Nails, por exemplo, que fechou o festival, foi o menos populoso do palco principal neste domingo.