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O Rappa vai além do banzo brasileiro e cativa o Lollapalooza

Banda abriu as atividades de um dos palcos do festival, em Chicago, e foi bem recebida pelo público

Alexandre Lopes, de Chicago Publicado em 04/08/2012, às 22h48 - Atualizado em 05/08/2012, às 10h39

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Falcão mostrou a costumeira energia no Lollapalooza, em Chicago - Henriette Gallo
Falcão mostrou a costumeira energia no Lollapalooza, em Chicago - Henriette Gallo

Abrir um dos palcos principais de um festival grande não é tarefa fácil para nenhum artista – especialmente se este mesmo palco é fora de sua terra natal e o headliner é ninguém menos que o Black Sabbath. Mas os brasileiros d’O Rappa não se intimidaram com a responsabilidade de iniciar as atividades do Bud Light Stage do Lollapalooza Chicago e fizeram um show intenso no início da tarde desta sexta-feira, 3.

Sob a mira de um forte sol e um calor de aproximadamente 33 graus, o grupo iniciou o show

às 12h45 para o público que ainda chegava ao Grant Park. Não era difícil enxergar o verde e

amarelo de camisetas e bandeiras empunhadas por brasileiros em frente ao palco. Mas já pela

terceira canção do repertório, a plateia não seria exclusivamente de compatriotas saudosos do

Brasil.

Se Perry Farrell (vocalista do Jane’s Addiction e idealizador do Lollapalooza) ficou impressionado com o grupo a ponto de convidá-lo para ser a única banda brasileira a tocar na edição norte-americana do festival, pode-se dizer que o efeito não foi diferente na plateia de Chicago. Mesmo que os elogios rasgados de Farrell beirem o exagero (o músico chegou a descrever o vocalista Falcão como “o novo Bob Marley”), o público dos Estados Unidos definitivamente enxergou algo de especial na mistura de reggae, rock e hip-hop da banda carioca. E O Rappa respondeu à altura com uma apresentação vigorosa.

Arriscando poucas frases em inglês – talvez por algum nervosismo –, Falcão limitou-se a chamar Chicago de “cidade linda” e agradecer a presença do público. Um intérprete foi chamado ao palco para anunciar tardiamente a banda e a canção “A Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero)”. A partir daí, ficou claro que não era preciso nenhum tipo de diplomacia no idioma local para conquistar os norte-americanos presentes.

Apoiados por músicos extras, Xandão (guitarra), Lauro (baixo) e Lobato (teclados), apresentaram versões raivosas de “Hey Joe”, “Me Deixa” e “Lado B Lado A”. O único tropeço foi quando O Rappa se perdeu ao tocar uma versão bem improvisada de “Smoke On The Water”, do Deep Purple. Mas a brincadeira não apagou o brilho da apresentação e o grupo deixou o palco sob aplausos.

A receptividade do público local podia ser atestada também pelo Twitter: além dos brasileiros

presentes elogiando o show, era possível acompanhar reações do público local, como “impossível não sacudir a cabeça ao ouvir O Rappa. Muita energia”. A revista Chicago Monthly não perdeu o bonde e cravou: “A atração mais impressionante do início da tarde: os brasileiros d’O Rappa, uma banda grande tanto em tamanho quanto em som”. Nada mal para uma “banda de guerreiros”, segundo o próprio Falcão.

Veja a banda tocando "Hey Joe" no festival: