Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Patrick Wolf foi a surpresa do palco menor no Planeta Terra

The Ting Tings, a atração principal, deixou a desejar com a grande quantidade de sons pré-programados

Por Marcos Lauro Publicado em 08/11/2009, às 23h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Patrick Wolf, uma das surpresas do Planeta Terra - Fábio Guinalz e Almir Martins/AgNews
Patrick Wolf, uma das surpresas do Planeta Terra - Fábio Guinalz e Almir Martins/AgNews

O palco Coca-Cola Zero Stage, no Planeta Terra, recebeu, na noite do sábado, 7, atrações como Ting Tings, Patrick Wolf e N.A.S.A. Saiba como foram os shows:

N.A.S.A, à 1h30

O projeto do DJ Zé Gonzales (ex-Planet Hemp) e do DJ norte-americano Sam Spiegel colocou o bass do palco lá no alto. Com participação de Ras Congo e do MC Fatlip, a dupla fez uma discotecagem cheia de referências ao hip hop, house, electro e rock. As músicas apareceram tão rápido quanto saíram. Na maioria das vezes, apenas uma estrofe era reproduzida (ou seu refrão) para, já na sequência, entrar a próxima. Assim, as mixagens - acompanhadas por vídeos - trouxeram Benny Benassi ("Satisfaction", com trecho da homônima dos Stones), Beastie Boys ("Intergalactic" e "Body Movin' apareceram em momentos diferentes), Eric Prydz ("Proper Education", um remix electro para "Another Brick in the Wall, do Pink Floyd), entre tantas outras. Fatlip cantou a música que o tornou mais conhecido, "The Salmon Dance", do Chemical Brothers. E com cerca de 20 pessoas dançando no palco, a dupla encerrou os trabalhos com Rage Against the Machine e Nirvana (numa versão electro de "Smells Like Teen Spirit"). O palco menor do Planeta Terra ainda receberia o Anthony Rother, às 3h.

The Ting Tings, à 0h

Senhoras e senhores, o embate da noite. 0h. De um lado, Ting Tings, com seus sons-chiclete e dançantes. Do outro, Iggy Pop, com sua história, importância e seu enorme cofrinho à mostra. Da parte que coube a este repórter, o Ting Tings, foi visto um show morno, talvez prejudicado pelo excesso de playbacks. As bases, baixo, alguns beats, backing vocals... tudo vinha de sons pré-programados. A conta "número de pessoas no palco = som que vinha dele" não fechava. Katie White (vocal) e Jules De Martino (bateria) tentaram de algum modo compensar a falta de material humano no palco, mas aquele teclado vazio e solitário no canto direito só piorava as coisas. Realmente, faltou algo (ou alguém). Os sons, hits grudentos que são, agradaram a maioria da plateia, que esfriou lá pela quarta música e voltou a agitar de verdade somente no encerramento, com o miami bass "That's Not My Name". O pedido, urgente, é: músicos de apoio no Ting Tings já. E Iggy Pop ganhou de lavada.

Metronomy, às 22h30

"Conte para seus amigos! O Metronomy tocou em São Paulo e fez a chuva parar". Essa fala foi do vocalista do Metronomy, Joseph Mount, que minutos antes havia mandado "não se preocupem com a chuva, ela vai parar", para a pista que estava um pouco tímida com a água que começara a cair fraca sobre o Playcenter minutos antes da banda subir ao palco. Para disfarçar o tempo ruim, a banda atacou com sua especialidade, os falsetes. Os agudos dominaram o som da banda, não só nos vocais como nos timbres da maioria das bases. Os ingleses usam também um artifício visual que chamou bastante a atenção do público: luzes colocadas no peito, que fazem parte da iluminação do show. Para quem concorreu com Sonic Youth, que soltava suas distorções no outro palco, até que o Metronomy conseguiu um bom número de espectadores, compostos principalmente por fãs que já conheciam o repertório da banda.

Patrick Wolf, às 21h

A grande surpresa deste palco do Planeta Terra foi vista por poucos, mas barulhentos fãs, que cantaram todas as músicas do inglês Patrick Wolf e acompanharam seu som que junta bases eletrônicas com instrumentos comuns à música clássica, como violino, que apareceu em versão acústica e elétrica. Sem parar um instante no palco, Patrick fez de tudo: usou três figurinos diferentes, desceu do palco, pegou carona na câmera sobre trilhos que corria em frente ao palco, deitou, pulou, tocou guitarra, teclado... e os fãs lá, vibrando a cada movimento. O cantor arrasou no português lido ali, na hora: "Essa é minha banda fantástico (sic)" - pecou só um pouquinho na concordância. Seu baterista, o brasileiro Marcelo Vig, poderia ter ajudado um pouquinho mais nas aulas. A última música, "The Magic Position", já com a pista um pouco mais cheia, foi introduzida por "Like a Virgin", da Madonna, com Patrick cantando acompanhado apenas pelo teclado.

Copacabana Club, às 19h30

Um sambinha e um sampler que ensinava como chegar à praia de Botafogo. Assim começou a apresentação do Copacabana Club, que são de... Curitiba. O quinteto conseguiu um bom número de fãs na pista e mostrou que já tem alguns hits, como "King of the Night" e "Just do it" (que tem clipe na MTV e encerrou a apresentação). A postura da banda, as letras em inglês e o visual da vocalista, Cacá V, chegaram a causar uma confusão na cabeça de quem não conhecia a banda. "É brasileira, essa banda aí?", perguntou um segurança do evento a este repórter. "A produção é tão boa que nem parece. E o figurino também!", disse o surpreso homem de preto, que continuou balançando a cabeça no ritmo do Copacabana Club. Ao vivo, o baixo à la disco music de Tile Douglas fica bastante aparente e deixa o som da banda bastante marcante, como na música "Tropical Splash". Sobrou até uma citação-homenagem à Barry Manilow na música "60's Sensation", que trouxe o verso "Copacabana, Barry used to say...".

Ex!, às 18h

Primeira apresentação da recém-formada banda liderada por Monique Maion. Conhecida por seu trabalho solo na linha do jazz, aqui Monique tem outra proposta. No show (que sucedeu o Fuja Lurdes, vencedor de um concurso promovido pelos organizadores do festival) movido a bases eletrônicas e uma banda bastante afiada, abusou dos efeitos de voz, megafone e até um apito. O calor que ainda fazia em São Paulo - acima dos 30º - trouxe uma preocupação para a vocalista: "O Splash ta funcionando?", perguntou sobre a espécie de montanha-russa do parque que desaba numa piscina, molhando os ocupantes dos carrinhos. O som tem ecos de Blondie, Yeah Yeah Yeahs e a voz de Monique lembra a de Chrissie Hynde em alguns momentos. Como no outro palco estavam os concorridos Móveis Coloniais de Acaju, não foram muitas pessoas que presenciaram "Heart Braker" - com base que lembra sons indianos, dançante - e "Fuel", que fechou o set e está no site oficial da banda para download. Um bom aquecimento para o Copacabana Club. Ah, e o Splash estava em manutenção, para a infelicidade dos que suavam em bicas.