Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Pioneiro do grafite no Brasil ganha exposição no Museu de Arte Moderna, em São Paulo

A exposição Alex Vallauri: São Paulo e Nova York Como Suporte traz para o museu a retrospectiva completa do artista de rua

Rafael Roncato Publicado em 19/04/2013, às 12h41 - Atualizado às 15h35

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
"Mandrake", de Alex Vallauri, exposto no MAM.  - Divulgação / Gustavo Pitta
"Mandrake", de Alex Vallauri, exposto no MAM. - Divulgação / Gustavo Pitta

O artista brasileiro Alex Vallauri (1949 - 1987) fez de tudo no mundo das artes: desenho, gravura e pintura. Entretanto, o que realmente o consolidou como um artista cosmopolita foi o pioneirismo com o grafite. Agora com a exposição Alex Vallauri: São Paulo e Nova York Como Suporte, o artista sai das ruas para ganhar espaço e peso no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em uma retrospectiva que vai da primeira aquarela até os últimos e mais famosos trabalhos, como "A Rainha do Frango Assado".

Leia textos das edições anteriores da Rolling Stone Brasil – na íntegra e gratuitamente!

Entre os anos 70 e 80, os grafites de Vallauri podiam ser vistos estampando os quatro cantos da cidade de São Paulo - depois em Nova York -, criando situações inusitadas, marcas registradas e pequenas histórias que eram de fácil reconhecimento da população: botas pretas, frangos, mulheres e acrobatas compondo o cenário urbano que misturava o kitsch, a simplicidade e a breguice à crítica social bem-humorada."Ele era mais que um grafiteiro, era um artista completo, quase que um artesão", conta João Spinelli, o curador da mostra. "Ele nunca foi acomodado, por isso essa vasta retrospectiva mostra todo o corpo de trabalho de um artista inovador."

Apesar da brevidade temporal - ele morreu aos 37 anos vítima da aids -, Vallauri conquistou reconhecimento e um vasto corpo de trabalho ao dominar as mais variadas técnicas e explorar outros recursos inovadores na época, como o xerox, carimbos e estêncil. "Alex tinha uma grande vontade em acompanhar a evolução das técnicas”, explica Spinelli. “Ao ponto, acredito eu, de que se estivesse vivo hoje com toda essa tecnologia à disposição, sua obra seria completamente diferente das últimas que realizou antes de morrer.”

Filho de italianos, Vallauri nasceu na Eritreia (na época, região da Etiópia ocupada pela Itália), mudou-se para Buenos Aires e, em seguida, para Santos, até chegar à cidade que adotou como casa e ateliê, São Paulo. As andanças do artista foram além ao estudar e aprimorar técnicas na Europa - especialmente a gravura, na Suécia - e nos Estados Unidos, onde estampou seus grafites, fotografou, conheceu e foi reconhecido por grandes nomes da arte, como Jean-Michel Basquiat, Andy Warhol e Keith Haring durante o boom da pop art. "O trabalho dele é uma soma de todas essas experiências. Alex é o artista brasileiro mais cosmopolita que já vi e sua obra ainda pode ser considerada muito atual", completa Spinelli.

Exposição Alex Vallauri: São Paulo e Nova York Como Suporte

Até o dia 23 de junho, das 10 às 18h

Museu da Arte Moderna - Parque do Ibirapuera - Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portão 3

Informações: 5085-1300

Ingresso: R$ 6 (crianças até 10 anos e adultos com mais de 65 anos não pagam entrada). Aos domingos, a entrada é franca para todo o público, durante todo o dia