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Slim Rimografia sai do BBB e quer rap para as massas sem perder a essência

De volta para a realidade, o músico falou com a Rolling Stone Brasil sobre os 72 dias que passou na casa e o que espera para o seu trabalho depois de tanta exposição em nível nacional

Marcos Lauro Publicado em 28/03/2014, às 17h08 - Atualizado às 18h26

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Slim Rimografia - Reprodução / Facebook
Slim Rimografia - Reprodução / Facebook

Valter Araújo é conhecido no rap como Slim Rimografia. Nos últimos dois meses, apareceu diariamente em um dos programas mais vistos do país, o Big Brother Brasil, que está na 14ª edição. Nele, ficou mais conhecido pela mistura entre seu nome real e seu nome artístico: Valter Slim.

Um dia após a eliminação no jogo, Slim bateu um papo com a reportagem da Rolling Stone Brasil a respeito dos 72 dias que passou na casa, sobre o rap e o que espera para o seu trabalho depois de tanta exposição em nível nacional.

Seu nome foi uma surpresa para muita gente no dia em que o Big Brother Brasil anunciou os confinados. Como veio essa ideia e como você chegou até o BBB?

Um amigo me indicou, passou o meu perfil para o pessoal do programa e me ligaram com o convite. Também fiquei surpreso e pedi um dia para pensar. Consultei meu amigo Thiago Beats [parceiro do rapper em diversas músicas] e ele me disse que me via lá, que eu tinha caráter e postura para estar no programa. A gente critica demais algumas coisas e perde oportunidades de estar lá dentro, fazer diferente. Fora o incentivo da minha mãe. Deixei me levar pelo que ela acreditava e foi muito bom.

O rap passa por um momento de transição, com muita gente fazendo um som mais acessível enquanto outros ainda dizem que o rap não deve sair do gueto. Como é sua postura em relação a esses dois lados?

O rap tem que deixar de ser só do gueto, mas sem perder sua essência. A gente não pode cair na desvalorização do conteúdo simplesmente para ocupar a mídia. Dentro do BBB, senti muita falta de rap nacional nas festas. Outros estilos rolam normalmente, mas o rap perde essa luta. Perde até dentro da própria periferia, para o funk. Me incomodava muito não ter alguém ali na TV me representando e eu fui.

Na sua eliminação, você disse uma frase para o Pedro Bial: “O poeta não quer ganhar o mundo, quer salvar o mundo”. Seu objetivo era o prêmio ou botar em prática a sua forma de “salvar o mundo”?

Quando eu entrei, vi uma contradição muito doida. Eu pensava na grana sim [R$ 1,5 milhão para o vencedor do programa], mas ao mesmo tempo pensava nos problemas que ele poderia me trazer. Alguém podia querer me fazer algum mal por causa dela. Onde eu ia morar com essa grana toda? O fato é que não entrei focado no dinheiro e não saí do que eu sou e do que eu acredito. A briga tem hora pra acabar, mas a luta é pra vida inteira. Na eliminação, Bial citou minha música “Canto de Vitória”, em que eu falo que “Vitória será quando estampar um preto numa nota de cem”. Essa foi minha vitória. Não saí triste por não ter ganhado.

Você ficou 72 dias no BBB. Compôs algo?

Não, muito difícil. Eu improvisava em vários momentos, mas não tinha clima pra compor nada. Na verdade eu tive muitos conflitos ali, vi muita coisa que foge daquilo em que eu acredito. E sei que lá história triste não ganha o jogo.

E seu trabalho a partir de agora? Deixou algo pronto ou vai começar algum novo disco do zero?

Tenho bastante coisa que estava escrevendo desde dezembro, músicas, ideias para clipes... agora vai clarear, vou investir e organizar o meu estúdio. Conheço uma galera boa que queria trampar comigo mas eu não tinha grana. Espero fazer mais shows e colocar a casa em ordem.