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Trovador zen

Roger Hodgson resgatou som e hits do Supertramp na capital paulistana

Por Paulo Cavalcanti Publicado em 16/05/2010, às 19h21

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Em meados da década de 80, o vocalista e compositor Roger Hodgson deixou de forma amigável o Supertramp, justamente quando a banda inglesa se encontrava em seu melhor período comercial. De certa forma, o dano foi mútuo. O Supertramp perdeu o cantor que era a marca registrada de seu som e Hodgson já não tinha mais o nome forte da banda para escudar sua canções. E naturalmente, de 30 anos para cá, a sorte comercial do Supertramp e de Hodgson nunca mais foram as mesmas. Mesmo assim, ele fala que ter se lançado a carreira solo foi a melhor coisa que aconteceu sua vida. Apesar de gravar esporadicamente, ele ainda se apresenta com frequência em boa parte do planeta. Na noite da última sexta-feira, 14, ele esteve na Via Funchal em São Paulo.

Esta foi a terceira visita do ex-vocalista do Supertramp ao Brasil. O bom é que dessa vez Roger Hodgson trouxe uma banda completa, incluindo um baterista, um baixista e um saxofonista que se revezava em outros instrumentos de sopro. Em alguns de seus shows, Hodgson faz tudo no teclado, contando apenas com a ajuda de um percussionista, mas não foi isso o que aconteceu dessa vez. Às 22h30, Hodgson e seus músicos subiram ao palco da casa de shows e executaram logo de cara "Take The Long Way Home", canção incluída em Breakfast In America, álbum do Supertramp lançado em 1979 e que vendeu milhões de cópias ao redor do mundo. Revezando-se entre piano elétrico, piano acústico, orgão e violão, Hodgson também recordou na primeira parte do show canções como "Give A Little Bit", "Lovers in The Wind", "Hide in Your Shell", "A Soapbox Opera", "Easy Does It", "Sister Moonshine", "Lady", "Breakfast In America" e "Along Came Mary".

Simpático, muito zen e falando de sua vida para a plateia, Hodgson procurava contar um pouco das motivações pessoais que existem por trás de suas canções. A segunda metade da apresentação teve o megahit "The Logical Song", causando um grande estardalhaço junto aos fãs. A sequência contou com algumas canções um pouco menos conhecidas como "Only Because Of You", "Lord Is It Mine", "The Awakening" e "Don't Leave Me Now", mas quando ele tocou o sucesso "Dreamer" o ânimo levantou novamente. O ponto alto do show foi a execução da longa e intrincada "Fool's Overture", uma das canções mais marcantes da época que o Supertramp se dedicava ao rock progressivo e tinha uma pegada menos pop. Hodgson e sua banda tocaram a difícil canção de uma forma impecável. Os músicos saíram do palco e retornaram para o bis, que teve "School" e naturalmente o megahit "It's Raining Again", de Famous Last Words (1982), o derradeiro álbum que ele gravou com o Supertramp.