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Música / Review

Marcelo D2 se apoia em ancestralidade e estabelece novo samba tradicional no palco do Lollapalooza

O artista se apresentou no Autódromo de Interlagos no Palco Alternativo no primeiro dia de evento

Marcelo D2 (Foto: Nathalia Pacheco)
Marcelo D2 (Foto: Nathalia Pacheco)

Marcelo D2 aqueceu a tarde fria de sexta, 22, com seu novo samba tradicional. O rapper formou uma roda de samba no Palco Alternativo no primeiro dia de Lollapalooza 24, no que definitivamente foi uma das apresentações mais emocionantes do dia. A apresentação foi aberta com um áudio da mãe de Marcelo falando sobre o setlist e dando um gosto do que viria na hora seguinte.

A seguir, o músico assumiu o palco ao som de "ATÉ CLAREAR.", faixa de Iboru (2023), projeto mais recente do artista. a história começa a ser feita aí: Marcelo D2 levou o samba para o Lollapalooza pela primeira vez. Acompanhado por fãs apaixonados, tudo ganhou um toque ainda mais especial.

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Com uma carreira de sucessos, D2 não ignorou as faixas que o consagraram como um dos maiores artistas da cena. Ainda no primeiro bloco, o artista interpretou "Desabafo", parceria com Cláudya, lançada originalmente em 2008, no álbum A Arte do Barulho.

Apesar de dizer que queria focar na música durante a apresentação, nos poucos momentos em que falou, o rapper agradeceu ao público que o acompanha e que esteve com ele sempre que se apresentou no festival — com os parceiros do Planet Hemp, com A Procura da Batida Perfeita e agora, com O Novo Samba Tradicional.

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O artista ainda falou dos quatro anos em que áreas como a arte, a educação e as ciências foram atacadas durante o governo anterior. E falou da proibição da maconha no Brasil, um das pautas pela qual o artista milita desde o começo da trajetória artística. 

De volta à música, o rapper pediu licença para levar o público ao "quintal do Pagodinho", e cantou "Minha Fé", clássico de Zeca. Ao longo do show ele voltou a homenagear o colega, cantando "Maneiras", do álbum Patota de Cosme (1987).

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Em um momento festivo e emocionante, o artista legalizou o amor, ao trazer a esposa, Luiza Machado para a parte da frente do palco para contar "Água de Chuva no Mar" com ele. Antes de performar o clássico  eternizado na voz da inesquecível Beth Carvalho, o cantor explicou que ele e a esposa se casaram um pouco antes da pandemia de COVID-19, então queria aproveitar a apresentação para celebrar o amor.

Voltando a Iboru, Marcelo D2 também performou "KALUNDU.", parceria dele com Mateus Aleluia, músico que foi um d'OsTincoãs, grupo formado na década de 1960, na Bahia. O rapper classificou a voz do cantor como "ancestral".

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Ao som das primeiras notas de "Qual É?" os fãs do cantor foram a loucura. A canção, lançada em 2003 no álbum A Procura da Batida Perfeita, é um dos maiores sucessos do rapper até hoje e, ao vivo, ganha um toque especial com o coro do público que carrega cada verso da canção na ponta da língua. 

Para fechar, D2 voltou ao samba, cantando um dos maiores sucessos da cantora e compositora carioca Leci Brandão. O artista finalizou a apresentação com "Zé do Caroço." Mais que um show, o rapper deu uma aula de pesquisa musical e mostrou as ligações entre rap e samba, entre o artista e o público em uma celebração da música nacional.

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