- Mussum, n'Os Originais do Samba (Reprodução)

Há 28 anos morria Mussum: relembre carreira musical do trapalhão

Conhecido principalmente por sua carreira n’Os Trapalhões, Mussum também fez história na música, mais precisamente no samba

Ana Paula Nunes Publicado em 29/07/2022, às 18h05

Cacildis, forévis, pindureta que representa fiado, são alguns bordões que tornaram famoso Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, ator, cantor e comediante que faleceu há 28 anos devido a complicações em um transplante de coração. Embora tenha dedicado boa parte da fama ao grupo que o consagrou na comédia, Os Trapalhões, Mussum fez história na música anos antes de brilhar nas telas.

+++ LEIA MAIS: Mussum pra sempris  

Mussum foi um dos integrantes do grupo Os Originais do Samba, durante a década de 1960. Tocando reco-reco durante uma das primeiras formações do conjunto, ele integrou parte de algumas das apresentações mais icônicas d’Os Originais do Samba, como a faixa “Lapinha”, ao lado de Elis Regina, durante a I Bienal do Samba, em 1968, e a música “Cadê Tereza”, de Jorge Ben.

Em entrevista para o MPB Especial da TV Cultura, o artista contou sobre a carreira ao lado da banda, chegando a fazer excursão internacional com o grupo. Na conversa, ele ainda relembrou os perrengues no exterior: “Passamos é fueme mesmo! A gente falava é cueca-cuela, ensaladis”.

Capa do álbum Alegria de Sambar (1975) (Reprodução)

 

“Foi surpreendente ver o tamanho d'Os Originais do Samba. Eles chegaram a vender mais que o Roberto Carlos e o Michael Jackson nos anos 1970”, disse à Folha de S. Paulo Juliano Barreto, autor da biografia Mussum Forevis.

À mesma Folha de S. Paulo, Elza Soares afirmou que o grupo não teve o reconhecimento merecido, já que o conjunto se apresentou ao lado de grandes nomes da MPB como a já citada Elis Regina e Jair Rodrigues.

A história de Mussum com o samba começa ainda na adolescência através da Estação Primeira de Mangueira. Em “Retratos Brasileiros”, documentário exibido pelo Canal Brasil, um dos antigos colegas de Os Trapalhões, Dedé Santana, confirmou a sua paixão pela escola: “Ele fazia muitas coisas pela Mangueira. Chegou trocar o cachê porque eles precisavam de um consultório de dentista”.

+++ LEIA MAIS: Elza Soares: De origem humilde a Voz do Milênio, relembre cantora brasileira essencial do samba

Mussum também chegou a seguir carreira solo como músico. Em seu segundo álbum, Água Benta, o artista contou com a participação de Alcione. Mais tarde, chegaria a lançar um compacto ao lado de Dedé Santana e Zacarias, pela EMI-Odeon. 

Mussum e Alcione - Água Benta

A carreira no samba acabaria eclipsada pelo sucesso ao lado de Os Trapalhões. O convite para integrar o quarteto humorístico teria partido primeiro do diretor Wilton Franco, ao fim da década de 1960. Após recusar uma vez, Mussum seria chamado novamente para integrar a trupe, desta vez pelo amigo Dedé Santana, que já o conhecia por suas aparições em especiais musicais da TV Excelsior:

"Ele dizia para mim: Compadre, não sou humorista, sou tocador de reco-reco'. E eu falava: Você é um grande comediante, cara, você é quem não sabe'", diz Dedé (via Folha de S. Paulo)

A carreira musical de Mussum seguiu em sua trajetória como diretor de harmonia da Ala das baianas da Estação Primeira de Mangueira do Carnaval do Rio de Janeiro. Mesmo após a saída d'Os Originais do Samba e sua consolidação como humorista, ele chegou a lançar um total de três álbuns solo. 

música tv samba mussum os trapalhões os originais do samba elis regina

Leia também

Pai de Avicii reflete sobre morte do filho: 'Fico com raiva dele às vezes'


Amy Lee, do Evanescence, nega pressão para repetir sucesso de estreia: "faço o que acredito"


Coldplay anuncia novo álbum e discos de vinil feitos com garrafas de plástico


Normani desabafa sobre pressão para lançar primeiro álbum solo


Travis Scott veste camiseta do Flamengo durante show


Hevo84 lança novo disco "Livre" após 11 anos