- Maneva em apresentação (Rafael Strabelli/Divulgação)
Lançamento

Maneva lança 'Tudo Vira Reggae Ao Vivo' e avisa fãs: 'novas faixas estão nascendo' [ENTREVISTA]

Disco novo do Maneva transforma sucessos da música brasileira em reggae

Heloísa Lisboa (@helocoptero) Publicado em 10/08/2023, às 21h15

O Maneva lançou nesta quinta-feira, 10, o álbum Tudo Vira Reggae Ao Vivo, que reúne releituras de composições clássicas da música brasileira ao ritmo do reggae. O dia 8 de junho — quando a banda se apresentou para mais de 10 mil pessoas no Parque Villa-Lobos, em São Paulo —, tornou-se um marco nos 18 anos de estrada do grupo paulistano e motivou o novo disco.

 

Como tudo começou

Em meio à pandemia, diversos artistas articularam formas de continuar o trabalho. No caso do Maneva, a solução encontrada foi parecida com a de muitos outros músicos: as lives. A apresentação ao vivo serviu para celebrar a música brasileira através de clássicos reformulados no ritmo do reggae, especialidade do grupo.

Com a boa recepção do público, o Maneva lançou — em julho de 2020 — um apanhado de hits que fizeram parte da performance transmitida pelo YouTube. O álbum ganhou um título que fala por si só: Tudo Vira Reggae. No final do ano seguinte, o disco ganhou uma sequência em Tudo Vira Reggae II.

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Músicas

Tudo Vira Reggae Ao Vivo é só a primeira etapa de lançamentos do quinteto. O disco traz duetos com Marcelo Falcão, Toni Garrido, Felipe Araújo e Vitor Kley nas faixas “O Que Sobrou do Céu”, “Toda Forma de Amor”, “Evidências” e “Morena”, respectivamente.

Além dessas, “Anunciação”, de Alceu Valença; “Essa Tal Liberdade”, do Só Pra Contrariar; “Meu Pedaço de Pecado”, de João Gomes; o medley de “Codinome Beija-Flor” / “Catedral”, sucessos de Cazuza e Zélia Duncan; “Mais Uma Vez”, de Jota Quest; e “A Queda”, de Glória Groove, estão incluídas.

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"Buscamos fazer uma justa homenagem a quem fez e ainda faz tanto pela música. É uma forma carinhosa de dizer 'muito obrigado, nós amamos vocês'", disse Tales de Polli em nota à imprensa.

Maneva recebe Vitor Kley no palco (Rafael Strabelli/Divulgação)

 

Vídeos de “O Que Sobrou do Céu”, “Anunciação”, “Essa Tal Liberdade” e “A Queda” chegam ao YouTube nesta sexta-feira, 11. No dia 17, é a vez de “Evidências”, “Codinome Beija-Flor” / “Catedral” e “Toda Forma de Amor”. Em 24 de agosto, “Morena”, “Meu Pedaço de Pecado” e “Mais Uma Vez”.


Tales de Polli, Felipe Sousa, Fernando Gato, Fabinho Araújo e Diego Andrade conversaram com a Rolling Stone Brasil sobre o novo disco e o que esperar do futuro. Leia entrevista completa com os integrantes do Maneva:

Rolling Stone Brasil: Como vocês selecionaram as músicas que receberiam uma versão em reggae? Artistas clássicos e os que são relativamente novos na cena musical integraram essas escolhas. Como foi isso?
Fernando Gato: Foi um processo bem criterioso mesmo, que revisitou as nossas histórias pessoais, as nossas memórias afetivas. São canções que marcaram diferentes gerações de uma forma muito impactante. A nossa escolha foi baseada na obra e na admiração, num primeiro momento. Depois, vieram as versões [em reggae]. Realmente tudo vira reggae e aí vieram os nossos questionamentos sobre as escolhas, sobre as participações... Então, o que o público poderá ouvir e assistir é fruto de muita pesquisa (com amor), ouvindo sem moderação esses caras que fizeram e ainda fazem história.

Maneva recebe Marcelo Falcão no palco (Rafael Strabelli/Divulgação)

Rolling Stone Brasil: O lançamento recebeu algumas críticas de internautas exigentes, que pediram novas músicas autorais. O grupo tem algo em vista?
Felipe Sousa: Nós não paramos de produzir, nem mesmo de compor. A música autoral faz parte da nossa necessidade diária e é, sem dúvidas, a marca registrada do Maneva. Porém, comemoramos a certificação de Ouro, com 156 milhões de streams do projeto Tudo Vira Reggae. Claro, existem os fãs que anseiam novas composições, é normal! Mas eles podem ficar tranquilos, porque novas faixas estão nascendo. 

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Rolling Stone Brasil: Verifiquei na agenda da banda que estão com shows marcados até o final do ano, em diversas cidades do Brasil. Podemos esperar uma apresentação focada no Tudo Vira Reggae Ao Vivo ou haverá algumas mudanças na setlist? Quais as expectativas?
Fabinho Araújo: Nós temos a ideia de levar o show de Tudo Vira Reggae Ao Vivo, mas de forma mais premium e pontual. Será uma experiência para o público, não apenas um show. Queremos repetir o que aconteceu na gravação do DVD que foi simplesmente fantástico. Nossa turnê continua com as nossas autorais, sucessos conquistados nesses 18 anos, motivo de honra e prestígio para a gente.

 

Rolling Stone Brasil: São 18 anos de Maneva! Passando por uma pandemia, de 2005 para cá, o que mudou para vocês? E o que esperam do futuro?
Diego Andrade: Foi um tempo de construção, mas de muita realização. O Maneva era um sonho. Viver da música e para a música era o nosso maior desejo. Conseguimos. Dizer que foi fácil, claro que não foi... Nós tínhamos uma vida, uma carreira, cada um em uma área, mas amávamos a música. Além de tudo, existiu empenho e perseverança. É aquele "acreditar", sabe? Hoje, comemoramos não só os 18 anos, mas o carinho com que o público nos acolheu traduzido em amor nos shows, sempre com casa cheia, nas 19 certificações, sendo nove de Ouro, seis de Platina, uma de Platina Tripla e três de Diamante. São 2.3 bilhões de streams e uma indicação ao Grammy Latino. É muita coisa! E o que desejamos para o futuro? O céu é o limite! Música cura! E até onde nos permitirem, levaremos as nossas canções. 

Maneva recebe Toni Garrido no palco (Rafael Strabelli/Divulgação)

Rolling Stone Brasil: Acho difícil encontrar alguém que não conheça o Maneva. Quando vocês lançaram o primeiro álbum, eu tinha apenas 5 anos, mas desde sempre sei da existência da banda e decorei diversas músicas. Como vocês enxergam o papel do Maneva na música brasileira? Podem dizer que atingiram o sucesso? O que seria alcançar o sucesso para vocês?
Tales de Polli: Primeiro, obrigado pelo carinho e pelas palavras. [É] Difícil definir "sucesso". Será que ele é traduzido em números? Em fãs? Em prêmios? Indicações? Alcançamos o sucesso porque fazemos aquilo que gostamos. Vivemos da música, para a música e isso é o mais difícil. Para emplacar diversas [músicas] autorais, ter um estilo próprio e seguir em frente, é preciso coragem. Acreditamos porque sabíamos do poder da música. E a música, de fato, cura. Acho que algumas passagens para nós foram muito importantes, de como a nossa música mudou a vida, impediu certas situações, deu um novo olhar e uma esperança. Isso toca muito. E lendo esses relatos de fãs e de pessoas que apenas ouviram a gente e quiseram dividir o acontecimento é como se o universo dissesse: "Sim, vocês conseguiram". Então sucesso é viver do que se gosta e fazer a diferença na vida do outro.


Ouça o Tudo Vira Reggae Ao Vivo:

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