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Hábito Resgatado

Maria Ribeiro expõe pensamentos e intimidade em livro de cartas

Bruna Veloso Publicado em 06/07/2018, às 00h20 - Atualizado às 00h22

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<b>Fora da Gaveta</b><br>
Maria Ribeiro abre o coração

 - Divulgação
<b>Fora da Gaveta</b><br> Maria Ribeiro abre o coração - Divulgação

A carta íntima endereçada ao ex-marido Paulo Betti é capaz de deixar em lágrimas até os leitores menos sensíveis. “Foi feito para isso [emocionar]. Calhordamente [risos]”, diz a atriz, escritora, roteirista e diretora Maria Ribeiro sobre o livro Tudo o Que Eu Sempre Quis Dizer, mas Só Consegui Escrevendo. A coletânea de textos traz mensagens a amigos, a pessoas do universo artístico com quem Maria não tem proximidade, a Freud, a ela mesma – como nos monólogos imaginários que muitos de nós costumamos proferir, mas aqui colocados no papel com elegância, um quê de fluxo de consciência e uma verdade desavergonhada.

“É uma literatura que algumas pessoas chamam de egotrip – inclusive eu, porque realmente é –, mas ao mesmo tempo é muito relacionada ao outro”, afirma a artista. A capa do livro, que traz o nome dos destinatários, foi criada pela cantora e amiga Mallu Magalhães. A relação com a música não?para aí: além da indicação de um filme, cada texto também começa?com a sugestão de uma canção. “Eu escrevo e leio ouvindo música. Gosto de ir cruzando as mídias e dando referências, gosto quando leio um Nick Hornby, por exemplo, e tem uma lista.”

Nenhuma das cartas foi enviada antes do lançamento. Algumas haviam sido escritas há anos, outras nasceram quando a obra começou a ganhar corpo. Gente como Eliane Giardini (ex-esposa de Paulo Betti) e Camila Pitanga (em um texto sobre a morte do ator Domingos Montagner) espontaneamente responderam a Maria com mensagens de carinho (“Camila me ligou chorando”, ela conta). Nas redes sociais, o retorno também tem sido caloroso – o que nem sempre acontece com personalidades como ela, que não mede palavras ao tratar de assuntos como feminismo e sexualidade e constantemente se engaja em opiniões políticas. “Na época [em que apresentava o programa de TV] Saia Justa eu apanhava muito, chorava. Depois de um tempo, você cria uma casca. Vai bloquear e está lá: ‘Fulana, mãe de dois filhos e temente a Deus’. As pessoas mais agressivas são as que mais ostentam uma fachada de bondade.”

Depois desse segundo livro autocentrado (o primeiro foi o biográfico Trinta e Oito e Meio, de 2015), Maria deve em breve começar a escrever seu primeiro romance. Ela também mantém um quadro no canal do YouTube do Hysteria.etc.br, plataforma de conteúdo feita apenas por mulheres.