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Na Batida Perfeita

Chris Frantz, do Talking Heads, relembra o amigo TommNa Batida Perfeitay Ramone.

Em depoimento a David Browne Publicado em 14/08/2014, às 12h27 - Atualizado em 19/08/2014, às 14h51

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Thomas Erdélyi, mais conhecido como Tommy Ramone, morto em decorrência de um câncer no ducto biliar em 11 de julho, foi empresário, coprodutor e baterista original do Ramones. Após deixar a banda, ele produziu o disco Tim (1985), do Replacements, e, mais recentemente, criou um duo de bluegrass. Aqui, ele é lembrado pelo parceiro de longa data Chris Frantz, baterista da extinta banda Talking Heads.

A primeira turnê da história do Talking Heads foi acompanhando o Ramones pela Europa em 1977. Como dividíamos o ônibus, conversei muito com Tommy. A família dele veio da Hungria, na antiga União Soviética, e talvez por isso Tommy tivesse uma seriedade diferente da maioria das pessoas da indústria fonográfica. Os outros integrantes do Ramones se submetiam aos comandos dele, porque Tommy tinha experiência e liderança, qualidades que nenhum dos outros três possuía.

Tommy tocava a mesma coisa em todas as músicas, às vezes mais rápido, às vezes mais devagar, e resumia tudo à essência. Era o minimalismo perfeito. Também era compositor:

assinou “I Wanna Be Your Boyfriend”, uma das músicas de amor mais diretas do rock.

O Ramones era uma ótima banda, mas conforme o tempo foi passando, deixou de ser divertida para Tommy. Aquela era a época em que, em shows de punk rock, levar uma cusparada era sinal de elogio – e o Ramones precisava limpar a bateria dele a cada show. Só que Tommy não gostava das cuspidas. Então, não fiquei surpreso quando ele decidiu abandonar

o posto em 1978, deixando Marky Ramone assumir as baquetas.

Os integrantes do Ramones nem sempre gostavam uns dos outros, mas Tommy foi uma peça importante na sonoridade da banda. Ele era um cara baixinho, mas você nunca imaginaria isso apenas ao ouvi-lo tocar. Ele soava como um grandalhão.