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O Caos Perfeito do Modest Mouse

Como o grupo atravessou um mar de problemas até conseguir voltar a gravar

Patrick Doyle | Tradução: Ligia Fonseca (Modest Mouse) e Ana Ban (Noel) Publicado em 17/04/2015, às 17h41 - Atualizado às 18h05

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<b>Perseverantes</b>

Apesar dos contratempos, a banda finalizou o sexto disco de inéditas - Ben Moon/ Divulgação
<b>Perseverantes</b> Apesar dos contratempos, a banda finalizou o sexto disco de inéditas - Ben Moon/ Divulgação

Houve algumas vezes em que fiquei bêbado e tremendamente agressivo. Mas existe uma da qual me lembro muito”, diz Isaac Brock. Ao descrever um de seus pontos baixos da última década, Brock volta à noite em que a banda dele, o Modest Mouse, fez um show em Nottingham, Inglaterra, em maio de 2007. “Um merdinha e o amigo que se achavam gângsteres” começaram a importunar Brock e o técnico de guitarra dele em um beco. Brock deu o primeiro soco. “Ele quebrou uma garrafa no meu rosto. Vi um verdadeiro jato de sangue jorrando da minha bochecha, como em um filme”, conta.

O Modest Mouse, que Brock formou em 1993, é uma das maiores e mais amadas bandas de rock indie dos últimos 20 anos. Em 2004, para a surpresa de praticamente todos que admiravam os arranjos sombrios e esquizofrênicos deles, o grupo teve um enorme hit nas rádios (“Float On”), e o álbum seguinte, We Were Dead Before the Ship Even Sank (2007), chegou ao número 1. Mas, como Brock diz: “Se sou bom em alguma coisa, é em autossabotagem”. A lista de confusões pessoais do passado do músico inclui shows agressivos (dizem que ele deu uma facada no próprio dorso, em 2007) e uma alegação de estupro, em 1999 – ele até passou uma semana na cadeia por causa de uma suposta tentativa de homicídio, no começo dos anos 2000 (segundo Brock, a acusação surgiu de um acidente de carro que causou alcoolizado e que resultou em um amigo ferindo o polegar).

A gravação do sexto álbum do Modest Mouse, Strangers to Ourselves , o primeiro em oito anos, foi tipicamente caótica. Brock, de 39 anos, lista os motivos para a demora: excesso de turnês, a construção de um novo estúdio, a perda do baixista e compositor Eric Judy – mas ele culpa mais o próprio cérebro obsessivo. “Tenho verdadeiro pavor de fazer um disco meia-boca”, afirma. “E quanto mais esperei, mais senti o estresse de dar às pessoas algo que justificasse a espera.”

Durante esse processo, no entanto, o Modest Mouse continuou fazendo grandes shows, como no festival Coachella, em 2013. “Apesar das vezes que as pessoas acham que eu bebi demais e fiz shows de merda, quando fazemos uma porra de um show bom, acho que somos uma das melhores coisas que há por aí”, Brock afirma.