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Prestes a voltar ao Brasil, Joe Perry, guitarrista do Aerosmith, celebra 40 anos de carreira

Pedro Antunes Publicado em 27/09/2013, às 12h45 - Atualizado em 07/10/2013, às 13h40

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<b>Boa memória</b>
Mesmo com o passado regado a substâncias, Perry lembra de muitas histórias - Divulgação
<b>Boa memória</b> Mesmo com o passado regado a substâncias, Perry lembra de muitas histórias - Divulgação

Não é difícil ver os integrantes do Aerosmith como viajantes do tempo, como o próprio guitarrista Joe Perry os define. Os roqueiros quase pré-históricos completam 40 anos de estrada com um disco de estúdio, Music from Another Dimension!, o 15o da carreira (lançado em 2012). Ao lado do carismático vocalista Steven Tyler, Perry fornece o que existe de melhor no Aerosmith: a combinação de voz inconfundível com um estilo único na guitarra. Os dois não poderiam ser mais diferentes, mas é a constante faísca entre eles que faz a banda seguir adiante.

De onde veio o conceito de “música de outra dimensão” do título do disco?

Pensamos em vários nomes, mas esse nos pareceu mais apropriado, considerando que temos 40 anos de estrada. Em muitos momentos, nos consideramos viajantes do tempo. Passamos por tanta coisa e aqui estamos nós, ainda estamos entretendo os fãs. E trouxemos a experiência destes anos para o disco.

Como foi voltar a gravar depois de quase uma década?

Em Honkin’ on Bobo [2004, acho que Steven não estava muito interessado e eu tive problemas médicos. Desta vez, nos sentimos confortáveis. É o nosso melhor trabalho em 20 anos.

Vocês vão tocar no Brasil em outubro, o que inclui um show no Monsters of Rock. O disco mudou a dinâmica no palco?

Essa é a grande diferença de hoje para os anos 70 e 80. Com a MTV e rádios, muitas canções do disco eram aproveitadas. Uma banda como o Aerosmith possui músicas que as pessoas querem ouvir. Hoje, não querem coisas novas. Só os clássicos! Vinte anos atrás, poderíamos fazer um show só com faixas do último trabalho.

E isso é algo que você gostaria atualmente?

Neste show, tocamos uma ou duas músicas novas. Gostaria de tocar mais. Mas não viajamos em turnê como antes, vamos ao Brasil uma vez a cada dois ou três anos, é diferente de quando tocávamos três vezes no mesmo lugar em um ano.

Foi o último trabalho de vocês com a Sony. Quais os planos para o futuro?

Agora que Steven não está mais no programa de TV [American Idol], poderemos descansar no ano que vem, nos reunir e decidir o que fazer.

Tyler declarou que quer gravar um disco solo.

É algo que ele sempre quis fazer. Falar é uma coisa, sentar sozinho para compor é outra. Quando se faz um disco com quatro caras, você tem o apoio do grupo. Sozinho, é preciso ter foco. Alguns dias, você simplesmente não quer ir gravar. Será interessante ver isso tudo.

Você já fez seis álbuns solo. Deu conselhos a Tyler? Disse que requer muita disciplina?

É essa a palavra que eu estava procurando. Disciplina. É difícil e duro fazer um disco solo. Toda a pressão está nos seus ombros, não dá para dividir com ninguém.

Você está preparando uma biografia. As pessoas esperam conhecer você intimamente. Está preparado para isso?

Tentei ser o mais verdadeiro possível. O público verá que é um livro não só para fãs do Aerosmith, mas para qualquer um, porque mostra como lidar com problemas comuns a todos.

E como tem sido a experiência até agora?

Tenho tido a ajuda de um escritor e da minha esposa, para lembrar e manter as coisas organizadas. Ela me faz lembrar coisas que gostaria de esquecer, mas são importantes para o livro. E ela lida bem com tudo isso.

Aliás, você é o terceiro do Aerosmith a lançar um livro. Quando teve a ideia para a biografia?

Tenho pensado nisso nos últimos cinco anos. Depois de lançar tantos discos solo, era uma opção. Mas eu não queria que fosse uma resposta [aos outros integrantes]. Então esperei para começar.

E como faz para se lembrar das histórias?

Eu me lembro de uma surpreendente quantidade de coisas. E os discos estão aí para isso. Leio as dedicatórias, os créditos, e vou atrás das pessoas. “Você lembra disso?”, pergunto para elas.

Você não se sente como um jornalista investigando a própria vida?

É. E é duro. Preciso decidir o que eu quero divulgar. Às vezes, você precisa ir a um lugar que não quer, mas que é necessário para fazer um bom livro. Então, você precisa ir até lá.