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Cabruêra

Redação Publicado em 06/05/2010, às 04h21 - Atualizado às 13h15

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Divulgação
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Cabruêra

Visagem

Independente

Banda paraibana aprofunda sua antropofagia musical no quarto álbum

Há uma década, quando a Cabruêra lançou seu homônimo álbum de estreia, os preceitos do manguebeat estavam se disseminando pelo país. Muita gente se confundia, vendo o grupo de Campina Grande como um filho bastardo do movimento, vindo de uma família do interior da Paraíba. Afinal, o princípio antropofágico era o mesmo e o folclore nordestino era reprocessado com novas informações musicais. Sem alardear genealogias criadas pela imprensa da época, esse bando de cabras foi levando sua música para alguns dos maiores festivais do mundo e as lançando em álbuns aqui e no exterior. Visagem é o quarto deles na discografia brasileira. E o melhor da carreira, iniciada em 1998. No novo trabalho, produzido por João Parahyba, o quarteto continua sua releitura singular de estilos com a escaleta de Arthur Gonzaga por vezes substituindo o acordeom e seu violão esferográfico (tocado com uma caneta como arco) no lugar da rabeca. “Doce de Coco” e a instrumental “Aruanda” (com um sample da voz do escritor Eduardo Galeano) são bons exemplos. Quando juntam metais à vasta percussão, como na excelente “Xangô”, dedicada aos cultos afro-brasileiros, ou as hipotéticas e irretocáveis versões nordestinas de spy music, que são “Portão Azul” e a faixa-título, a Cabruêra desde já coloca Visagem> entre os melhores do ano.

José Julio do Espirto Santo