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Música / Aborto

Phoebe Bridgers: “fiz um aborto em 2021 e cantei em locais onde isso é proibido”

Artista tem discutido o assunto especialmente após Suprema Corte dos EUA terem derrubado decisão que garantia aborto legal em todo o país

Phoebe Bridgers (Foto: Getty Images)
Phoebe Bridgers (Foto: Getty Images)

Em junho de 2022, os Estados Unidos passaram a discutir o aborto legal de forma mais ampla após uma decisão da Suprema Corte. Até então, o direito de interromper gravidez nas primeiras semanas era protegido em todo o território americano, mas este entendimento jurídico foi anulado e cada estado passou a decidir sobre o tema de forma autônoma — com isso, há regiões do país onde não é mais possível cessar a gestação.

Desde então, a cantora e guitarrista Phoebe Bridgers passou a se manifestar de forma mais ampla sobre o direito ao aborto. Sua declaração mais recente sobre o tema foi concedida ao The Irish Times, veículo para o qual confirmou ter interrompido uma gestação em 2021, quando isso poderia ser feito em qualquer estado americano.

“Eu fiz um aborto em 2021. E fiz shows em muitos lugares em 2022 onde isso é ilegal. Mesmo que não seja ilegal no seu estado, é muito difícil para as pessoas pobres terem acesso.”

Bridgers reconheceu ter um grande “privilégio”, pois tem dinheiro para encerrar uma gravidez indesejada e até mesmo para se deslocar a um estado onde é possível fazer isso de forma legal. Não é a realidade de outras mulheres pelo país.

“É estranho defender algo com o qual realmente não estou envolvida de maneira real. Não importa como você olhe para isso, sou uma senhora rica — posso ir aonde eu quiser para fazer um aborto agora. Estamos cantando para crianças que não podem fazer isso. E para crianças trans no Tennessee, onde a escola as oprime completamente, é estranho.”

A menção de Phoebe ao Tennessee não foi por acaso. Um projeto de lei recente no estado americano tentou proibir shows de drag queen em propriedade pública ou em qualquer lugar onde menores de idade possam estar presentes. A medida foi considerada incondicional por um juiz federal. Outra iniciativa, assinada em março, proibiu cuidados de saúde com afirmação de gênero para crianças.

Outros músicos se manifestam

Quando a Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou a decisão que garantia o direito ao aborto em todo o território nacional, vários músicos conhecidos internacionalmente se manifestaram. O Pearl Jam, por exemplo, divulgou a seguinte nota nas redes sociais (via site Igor Miranda):

“Ninguém, seja o governo, políticos ou a Suprema Corte, deveria proibir o acesso ao aborto, controle de nascimento e contraceptivos. As pessoas devem ter LIBERDADE de escolha. A decisão de hoje impacta a todos, especialmente mulheres pobres que não têm condições de viajar para ter acesso a tratamento. Seguiremos ativos na luta, sem retroceder ou desistir. Eleições têm consequências, junte-se a nós.”

Por sua vez, a vocalista do Paramore, Hayley Williams, declarou:

“Ainda parece impossível compreender que vivemos em um país tão dividido em direitos humanos básicos, ou seja, saúde e direitos reprodutivos das mulheres. […] Estou tão irritada e cansada. Não sou a única. Eu não posto mais neste aplicativo [Instagram], mas baixei esta manhã para dizer algo, porque parecia estranho ter nossa equipe postando meus sentimentos de raiva por mim. Eu sei que existem inúmeros líderes de organizações, ativistas e cidadãos deste país que estão aqui fazendo um trabalho ingrato para fazer qualquer sinal de progresso. Mantendo viva a esperança. Muito obrigado às pessoas que estão lutando pelos direitos das mulheres diariamente e de maneiras que eu nunca vou saber. Hoje NÃO é o fim.”