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Rock in Rio: Com trap e rock, Palco Supernova traz ‘todo tipo de mistura,’ diz curador [ENTREVISTA]

Roberto Verta, curador do Palco Supernova, do Rock in Rio, destacou diversidade e oportunidades para artistas independentes no festival

Dimitrius Vlahos Publicado em 26/08/2022, às 16h20

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Palco Supernova (Foto: Divulgação / Rock in Rio)
Palco Supernova (Foto: Divulgação / Rock in Rio)

Com 28 atrações, o line-up do Palco Supernova tem destaque próprio no meio do imenso Rock in Rio. O espaço inaugurado em 2019 retorna para a edição deste ano, porém, maior e com nova identidade visual. ConeCrew Diretoria, Ratos de Porão, TETO, Lil Whind (Whindersson Nunes), Francisco El Hombre, Supercombo, Jovem Dionísio e Priscilla Alcântara são os destaques.

Roberto Verta, curador do palco, justificou escolhas e enalteceu bandas consolidadas e artistas em ascensão na música nacional. "Procuramos ter cuidado na escolha dos shows, dar chance pros artistas independentes e novos estarem no Rock in Rio," afirmou em entrevista exclusiva à Rolling Stone Brasil.

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Ao trazer nomes como a sensação do TikTokJovem Dionísio, Verta admite busca por artistas conectados com o próprio público, que possam "concorrer" com praticamente 300 atrações do festival: "É importante que até os artistas novos e independentes tenham público, fãs, porque o show fica muito mais legal, mais quente."

A experiência não foi deixada de lado. Matanza Ritual e Ratos de Porão compõem veia roqueira e histórica do line-up. Ao utilizar "licença poética" para escalação, o curador relembrou como banda liderada por João Gordo é independente desde o início da carreira e representa pioneirismo no hardcore nacional.

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Além da diversidade de ritmos - acentuada pela forte presença do trap e funk - o Palco Supernova seguiu tendência do Rock in Rio e apostou em dia somente com artistas mulheres, assim como em 2019. "Uma das intenções do palco é ser um espaço muito inclusivo pra todos os tipos de fãs. Temos que ter todos os tipos de artistas," argumentou.

Confira entrevista completa de Roberto Verta, curador do Palco Supernova pela Filtr Brasil, à Rolling Stone Brasil:


Como foi a escolha dos artistas do Palco Supernova? A quantidade de visualizações/streams impacta nas decisões de alguma forma?
Hoje em dia, temos muitos recursos pra achar os artistas com mais empatia do público. Como no Rock in Rio você ‘concorre’ com praticamente 300 atrações, considerando todos os dias, é importante que até os artistas novos e independentes tenham público, fãs, porque o show fica muito mais legal, mais quente, dá mais resultado pra artista e festival. Então, sim - não é o único parâmetro - mas damos uma olhada nas redes sociais. Alguns artistas do Supernova estão por outros motivos, mas de uma forma geral, olhamos os números.

Como é trazer bandas consagradas, como Ratos de Porão e o projeto do Jimmy, Matanza Ritual, para este espaço?
A gente tem a licença poética de trazer artistas independentes além dos novos artistas. Como Ratos de Porão, que são independentes desde o dia um, estão comemorando 40 anos, a gente quis homenagear a carreira e a importância que eles tiveram no cenário do hardcore. Eles foram precursores, desde os anos 80 fazendo esse crossover entre punk, hardcore e metal.

Alguns nomes do line-up como Jovem Dionísio e Priscilla Alcantara talvez pudessem ocupar um lugar no Sunset pelo tamanho do público. Por que a decisão de trazê-los para o Supernova?
São dois artistas diferentes. No caso do Jovem Dionísio, dentro desse direcionamento de rock e pop, é uma banda que tenho certeza que veio pra ficar. Tem boas canções, arranjos bonitos, fazem bons vídeos. Na verdade, quando fechamos com Jovem Dionísio, eles ainda não tinham estourado com “Acorda Pedrinho,” mas já tinham passado pela companhia, sempre tivemos esse feeling de uma hora aconteceria. Isso já tem seis meses, procuramos pra colocar no palco.
No caso da Priscilla, tivemos sorte de ela estar fazendo essa nova jornada na música pop secular, onde ela tem condição de chegar no mesmo sucesso que fez no gospel. O posicionamento dela como artista me atrai muito, não só as músicas, as coisas que ela fala, a ideia de ir para o pop usando as razões que teve. Enfim, vai ser uma artista com uma carreira muito interessante dentro do pop também.

O que mudou na construção do line-up de 2019 para 2022?
Em função do sucesso de 2019, fomos obrigados a ir pra um lugar maior. O lugar é praticamente quatro vezes o espaço de 2019. Basicamente, o palco se tornou maior. Conceitualmente é a mesma coisa. Procuramos ter o mesmo cuidado na escolha dos shows, dar chance pros artistas independentes e novos estarem no Rock in Rio.

Além do dia exclusivo para artistas mulheres, balancear os gêneros foi uma preocupação para o resto das datas?
Sim, foi desde 2019, quando tivemos um dia só para as mulheres. Uma das intenções do palco é ser um espaço muito inclusivo pra todos os tipos de fãs. Temos que ter todos os tipos de artistas.

O que você diria para parte do público que reclama da falta de rock no festival - mesmo ele nunca tendo sido feito apenas de rock?
O rock já teve outros momentos em que não estava tão evidente na mídia. Não creio que irá morrer, mas se transformar. Considero que o trap tem uma ligação forte com os fãs da idade do meu filho, que tem 16 anos. É muito sensível ao tipo de comunicação que eles têm e à rebeldia - como o rock sempre foi. O rock vai se transformando e incorporando outros estilos. Como o Post Malone tocando Nirvana, a música é isso hoje em dia, todo tipo de mistura, de vibe, o importante é a comunicação com os fãs.