Guitarrista conhecido por posicionamento conservador elogiou ética de trabalho da cantora, mas diz que falta a ela “agressividade, fogo e sensualidade”
Não há como negar: Taylor Swift é a artista mais importante da atualidade. Os números expressivos obtidos com vendas de discos e ingressos, além de sua influência em meio ao público jovem, servem para reforçar a magnitude de seu trabalho no momento.
Isso, porém, não a torna imune a críticas. Uma delas veio recentemente de Ted Nugent, guitarrista controverso por seus comentários políticos ultraconservadores. Em entrevista ao Joe Pags Show (via Blabbermouth), o músico definiu o trabalho da artista como “pop sem noção” e com “zero sensualidade”.
O assunto, na verdade, veio à tona quando Nugent foi perguntado se gosta de alguma artista surgido na década de 1990 ou 2000. O exemplo do Foo Fighters foi mencionado. O músico de 75 anos declarou:
"O Foo Fighters não é realmente uma banda nova, mas quando eles entraram em cena, eles estavam entregando a mesma dedicação e ética de trabalho. Você pode dizer que Dave Grohl e seus companheiros realmente colocaram seu coração e alma para entregar algo monstruoso todas as noites. Agora, por mais que eu ame, adore e admire o Foo Fighters, e Dave Grohl seja um dos mestres dos ‘crescendos’... você estava mencionando John Coltrane e esses grandes saxofonistas, aquele solo de sax, aquele solo de guitarra em todas as melhores músicas do mundo, esse é o ‘crescendo’. Com todo o respeito ao Foo Fighters, mas eles não fazem aquele solo de guitarra que ‘cospe fogo’ e eleva todo o momento musical a um lugar mais alto. E é isso que eu quero.”
Em meio a essa reflexão, foi feito o comentário sobre Taylor Swift. O guitarrista elogiou o empenho da cantora em sempre buscar oferecer um bom show, mas definiu seu trabalho como “música de desenho animado”.
“Temo em dizer que neste mundo atual, isso foi por água abaixo em todos os aspectos. Tenho medo do sucesso de Taylor Swift, e que Deus abençoe sua ética de trabalho e seus sonhos artísticos, mas isso é música de desenho animado. [...] Quer dizer, não tem agressividade, fogo ou sensualidade. Para mim, é tudo um pop sem noção e é a coisa mais popular do mundo, o que diz algo sobre a indústria musical e os fãs de música. Eles não estão procurando aquele fogo de um ZZ Top, Mitch Ryder and the Detroit Wheels, Brownsville Station ou Amboy Dukes. Sinto falta disso.”
Por fim, Nugent destacou estar contente por ainda poder se apresentar — ainda que não por muito tempo, já que ele anunciou uma turnê de despedida.
“Graças a Deus ainda estou por aí. Ainda entregamos o fogo que os Beatles entregaram nas casas noturnas da Alemanha.”
Em junho último, Ted Nugent já havia feito críticas ao trabalho de Taylor Swift em seu programa The Nightly Nuge (via Blabbermouth). Na ocasião, o guitarrista opinou sobre o estado atual da música nos Estados Unidos. De início, ele comentou:
“Graças a Deus eu nasci em 1948, porque Chuck Berry, Bo Diddley, Little Richard, James Brown, Wilson Pickett, os Funk Brothers da Motown e todas aquelas grandes autoridades musicais inspiraram todas as melhores músicas que ainda amamos hoje. Amamos Aerosmith, AC/DC, ZZ Top, Heart, Journey, Cheap Trick, Foreigner e tantas outras bandas que poderia citar devido à incrível ética de trabalho que temos. A música nos faz ter isso. Queríamos ser tão bons quanto nossos ídolos. Queríamos ter aquela alma negra. Ainda temos bandas com isso, como Greta Van Fleet, o Foo Fighters do grande Dave Grohl, mas temo que nunca será como Rolling Stones, Beatles, The Who, The Kinks, Led Zeppelin, Van Halen, Ronnie Montrose, Sammy Hagar…”
Novamente, o nome de Taylor Swift foi introduzido — ainda que sem menção direta no momento introdutório — conforme o músico falava.
“Não sei o nome dessa garota de pernas longas, mas ela ganha mil dólares por ingresso ou o que quer que seja.”
O co-apresentador do programa, Keith Mark, mencionou o nome de Swift. Nugent reagiu:
“Sim, Taylor Swift. Mas essa música, para mim, soa como música de desenho animado. Parece que botei num desenho animado num sábado de manhã. Eu provavelmente ouviria a música country número 1 ou a música pop número 1, porque tudo é formulado para dar uma certa entrega vocal e uma certa mudança de acordes e um certo andamento que não é orgânico, instintivo, sexy, solto, genuíno e verossímil.”
