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Família Soprano, eleita a melhor série de todos os tempos, completa 20 anos

A produção da HBO teve seis temporadas e foi iniciou a Era de Ouro das séries de TV

Fernanda Talarico Publicado em 10/01/2019, às 14h06

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James Gandolfini como Tony Soprano (Fotos: Reprodução/ HBO)
James Gandolfini como Tony Soprano (Fotos: Reprodução/ HBO)

Há 20 anos, Família Soprano chegava aos televisores norte-americanos e, sem saber, dava início ao que hoje conhecemos como Era de Ouro das séries de TV.

Até então, cinema e televisão eram expressões artísticas distintas. Um, o primeiro, era classudo e glamouroso. A TV, por sua vez, era popularesca e sem prestígio. 

A série da HBO fez sucesso ao misturar trama elaborada, linguagem cinematográfica e um anti-herói mafioso como protagonista. A história de gângsteres mostrou à audiência que era possível criar conteúdo com qualidade de cinema para a televisão.

O criador da série, David Chase, por exemplo, desprendeu-se das regras impostas para conteúdos televisivos: criou um personagem principal imoral e, ao mesmo tempo, cativante.

Vivido por James Gandolfini, Tony Soprano ganhou o público como um problemático chefão gângster que alternava seu dia a dia entre compromissos com a família e o mundo do crime.

Ganfolfini, eternizado como Tony, morreu em 2013, ao sofrer uma parada cardíaca no hotel onde estava hospedado, em Roma.  

Ao mostrar como a narrativa poderia ser ambiciosa e como isso seria benéfico para a TV, Chase impulsionou produções a aceitarem o desafio. Nos anos subsequentes, séries como The Wire, Mad Man e Breaking Bad, por exemplo, não teriam saído do papel se Família Soprano não tivesse aberto espaço.  

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Ser a precursora não foi fácil e Chase teve dificuldades de encontrar um canal que aceitasse viver a história de um mafioso com problemas que vai à terapia enquanto a mãe dele planeja matá-lo.

“Não tínhamos ideia de que essa série iria atrair o público”, confessou o criador à Rolling Stone EUA. “A produção foi um estrondo inesperado e atingiu a todos.”

Família Sopranose manteve por seis magistrais temporadas na HBO – sempre com uma mistura de sangue e humor – entre os anos 1999 e 2007.

Os personagens e seus problemas foram peças essenciais para o sucesso da série e ainda vivem no imaginário dos fãs. Não é possível se esquecer de Carmela Soprano (Edie Falco), Junior Soprano (Dominic Chianese), Christopher Moltisanti  (Michael Imperioli) e Paulie Walnuts (Tony Sirico).

Guitarrista da E Street Band (banda que acompanha Bruce Springsteen), Steven Van Zandt viveu Silvio Dante – um dos encarregados de Tony Soprano –, e foi descoberto por David Chase nas capas de discos de Springsteen.

A atuação precisa de Gandolfini, somada ao roteiro impecável e à direção detalhista, levou Tony Soprano a ser uma das figuras mais lembradas da TV e ajudou Família Soprano a chegar a patamares não atingidos pelas séries anteriores.

Alguns personagens tidos como aleatórios, com pequenas aparições, levaram grandes nomes a participarem da produção.

Em 2001, Lady Gaga deu às caras na série da HBO e viveu uma colega de escola de A.J. (Robert Iler). Lin-Manuel Miranda, famoso no mundo dos musicais, atuou pela primeira vez em sua carreira no 15º episódio da sexta temporada como um funcionário de hotel.

Quem também tem Família Soprano como estreia foi o astro Michael B. Jordan que, aos 12 anos, fez o papel de um valentão durante um flashback do sétimo episódio da primeira temporada.

Na série, a lealdade familar é nessária nas ruas e em casa. Personagens amados poderiam ser atingidos a qualquer momento e, por isso, havia sempre uma sensação de alerta até os segundos finais.   

A história chegou ao fim na sexta temporada, mas os fãs têm motivos para comemorar: um filme sobre o prelúdio da série está em produção.

Ambientado na década de 1960 e com a direção de Alan Taylor, o longa se chamará The Many Saints of Newarke contará com a aparição de um jovem Tony Soprano.

Anos depois do escurecer em um restaurante de New Jersey, com o jukebox tocando "Don't Stop Believin”, Família Sopranocontinua sendo o padrão que todas as novas produções feitas para a TV precisam alcançar.