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Juliana Perdigão lança o vídeo de "Mulher Limpa" e questiona a posição das mulheres na publicidade

Música do novo clipe da artista, lançado nesta terça-feira, 7, foi criada a partir de um poema de Angélica Freitas

Pedro Antunes Publicado em 07/05/2019, às 17h15

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Juliana Perdigão lança o clipe de "Mulher Limpa" (Foto: José de Holanda)
Juliana Perdigão lança o clipe de "Mulher Limpa" (Foto: José de Holanda)

Em Folhuda, o terceiro álbum solo de Juliana Perdigão, a artista mergulhou em poemas de escritores brasileiros de diferentes alcances temporais. Suas canções derivam de nomes consagrados, como Oswald de Andrade, Paulo Leminski e Murilo Mendes, até figuras importantes da poesia contemporânea do País, como é o caso de de Arnaldo Antunes, Angélica Freitas, Fabrício Corsaletti, Renato Negrão e Bruna Beber.

De Angélica Freitas, do poema do segundo livro dela, chamado Um Útero é do Tamanho de Um Punho, vem "Mulher Limpa", texto transformado em canção pela parceria com Juliana e, nesta terça-feira, 7, também transformado em clipe com lançamento exclusivo na Rolling Stone Brasil (assista no player abaixo).

O vídeo é arte em estado puro. Como descreve Juliana, trata-se de  "apropriação de imagens, vídeo-colagem, found footage, antropofagia, cultura remix". O vídeo de "Mulher Limpa", criado pelos videoartistas Carol Castanho, Marcelo X e Sara Lana, foram usadas imagens encontradas na web em pesquisas sobre mulheres e publicidade, e do filme Waiting to Exhale (no Brasil, Falando de Amor, de 1995).

O poema e a canção são construídas a partir do que a sociedade espera das mulheres - e escancarado nas peças publicitárias do vídeo. Juliana e Angélica são certeiras aqui:

"Uma mulher boa /
é uma mulher limpa /
e se ela é uma mulher limpa /
ela é uma mulher boa"

"Uma mulher brava /
não é uma mulher boa /
e se ela é uma mulher boa /
ela é uma mulher limpa"

Assista ao vídeo de "Mulher Limpa", de Juliana Perdigão: 

Em "Mulher Limpa", "o tema central é a mulher", escreve Juliana à Rolling Stone Brasil. "Mulheres limpas, dóceis, subordinadas, decorativas: é o que esperam de nós em nossas sociedades."

A fala de Juliana e Angélica vão na ferida de uma sociedade na qual viu-se, não muito tempo atrás, a esposa de um presidente do Brasil estampar as manchetes de uma importante publicação de alcance nacional com o título de "Bela, recatada e 'do lar'".

"Mulher Limpa", portanto, se faz intensamente necessária. E a performance de Juliana - acompanhada na gravação por Chicão (teclado), Moita (guitarra), João Antunes (baixo), Pedro Gongo, (bateria), a banda Os Kurva, e um coro formado por Ava Rocha, Cecilia Lucchesi, Angélica Freitas, Iara Rennó e Tulipa Ruiz" - é visceral e de entrega.

Artista de primeira, Juliana Perdigão lançou, em 2019, o poderoso disco Folhuda, no qual, assim como "Mulher LImpa", cada canção é uma parceria com poetas de diferentes gerações.

"Foi interessante estabelecer troca com esses autores, que acompanharam o processo de composição e gravação, opinaram sobre o resultado da canção", ela explica, sobre as parcerias com os poemas de Angélica, Bruna Beber, Arnaldo Antunes, Fabrício Corsaletti e Renato Negrão presentes no álbum.

"Outros poetas dos quais me tornei parceira em Folhuda são Oswald de Andrade, Paulo Leminski e Murilo Mendes. ídolos, assim como os supracitados", conclui. 

Folhuda foi lançado uma parceria entre o Red Bull Studio SP e o Selo Circus.

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