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Mostra explora criações que Damien Echols, do West Memphis Three, fez enquanto aguardava a pena de morte

Primeiro dia da Moving Forward; Looking Back teve ingressos esgotados em Nova York

Patrick Flanary Publicado em 07/01/2013, às 11h50 - Atualizado às 12h06

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Damien Echols - AP
Damien Echols - AP

Quando não estava meditando durante horas em sua cela à espera da pena de morte no Arkansas, Damien Echols se dedicava a criações artísticas. Por 18 anos, ele inscreveu nas paredes de seu aposento obras imagéticas, até que conseguiu finalmente a liberdade junto aos dois outros acusados pela morte de três garotos em West Memphis, 1994.

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Os desenhos e colagens que sobreviveram à prisão de Echols ocupam uma galeria em Nova York desde sábado, 5. A inauguração, com ingressos esgotados, da exposção Moving Forward; Looking Back na Galeria Sagrada de Nova York, no SoHo, oferece uma amostra da mente do homem que os juízes julgaram ser o mentor do chamado West Memphis Three. Anos de ativismo de cineastas e músicos apontaram para evidências de erros nas penas impostas aos condenados, que foram então liberados pelo estado do Arkansas. Um perfil completo de Damien Echols também pode ser encontrado na edição deste mês da Rolling Stone Brasil.

“Existe uma grande diferença, na verdade, entre acreditar em alguma coisa e saber alguma coisa”, disse recentemente Eddie Vedder à Rolling Stone EUA sobre como esteve completamente convencido da inocência de Echols. “Perguntei a ele cara a cara. E estive completamente satisfeito.”

Tony Scalzo, do Fastball, recentemente levou a filha para uma leitura de memórias que Echols promoveu em Austin. “Ficamos completamente comovidos”, ele disse à Rolling Stone EUA. Em 2000, o documentário da HBO Paradise Lost o inspirou a contribuir com uma canção para a coletânea Free the West Memphis Three, que também contou com Eddie Vedder e Steve Earle. “Muitas pessoas que se envolveram pelo lado da autoridade viraram juízes”, disse Scalzo. “Juris viraram juízes, juízes viraram senadores, e todas as motivações simplesmente alavancaram a carreira das pessoas.”

“O principal é que provavelmente a grande mudança dessa história fez com que casos similares viessem à tona, ou ajudaram a tirar da prisão pessoas que supostamente não deveriam estar lá. Este é o grande avanço neste século”, disse a guitarrista Lucinda Williams. “Aconteceram muitos erros. Demais. Um é demais.”

Williams gravou uma nova versão acústica de sua canção “Joy” para o álbum West of Memphis: Voices For Justice, que deve ser lançado no dia 15 de janeiro junto ao documentário produzido por Peter Jackson, chamado West of Memphis. A coletânea também tem canções de Henry Rollins, Patti Smith e Marilyn Manson.

Echols, agora com 38 anos, afirma que a tradição budista japonesa Rinzai Zen inspirou suas criações artísticas. Os organizadores da mostra afirmam que parte dos fundos levantados será encaminhada ao projeto Dharma Friends Prison Outreach, que distribui cartas e dicionários a presos. A exposição dura até o dia 31 de janeiro.