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Publieditorial – Slipknot faz juras de amor a plateia barulhenta em show em São Paulo

Noneto norte-americano tocou na noite deste domingo, 27, na Arena Anhembi

ROLLING STONE/OFERECIMENTO BUDWEISER Publicado em 28/09/2015, às 20h30 - Atualizado às 20h59

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Slipknot - Restos mortais - AP
Slipknot - Restos mortais - AP

Depois de integrar o festival Monster Of Rock de 2013, o Slipknot retornou a São Paulo fazendo juras de amor à plateia em show realizado neste domingo, 27. A banda – que está em turnê com o álbum .5: The Gray Chapter, lançado no ano passado – tocou por cerca de 1h40 na Arena Anhembi, depois da apresentação de abertura realizada pelo Mastodon.

A chuva que caiu de maneira irregular na noite deste domingo, 27, já havia dado trégua quando os acordes mecânicos da elegia “XIX” começaram a soar na Arena Anhembi. Mantendo a sequência do disco – .5: The Gray Chapter –, Corey Taylor e seus oito comparsas subiram discretamente ao palco, por volta de 20h35, colocando as guitarras para funcionar em “Sarcastrophe”, em meio a labaredas saindo da parte traseira do palco.

A noite foi ainda mais especial para alguns fãs do Slipknot. A marca de cerveja Budweiser realizou o sonho de aficionados por música com a promoção “Your Tour, a turnê da sua vida”. Alguns sortudos ganharam passagem aérea, estadia, transporte VIP e ainda puderam levar dois amigos como acompanhantes para assistir de pertinho a apresentação do Slipknot em São Paulo.

Assim como nas últimas turnês – mas nesta, principalmente –, o show do Slipknot tenta ser a recriação de um “pesadelo”: além do uso de máscaras, os integrantes encarnam personagens sombrios, correndo desesperadamente de um lado a outro, complementando a montagem do palco, do fogo ao fundo até as grandes estruturas e figuras.

O uso dos tambores e percussões, se musicalmente é questionável, imageticamente é responsável por escandalizar ainda mais o cenário do show, corroborando com a criação de uma atmosférica lúdica, cujo objetivo é transportar o público a um lugar surreal – o que explica, em parte, a adoração dos fãs pelo percussionista mascarado de palhaço Shawn Crahan.

Neste ambiente, eles deram sequência com as queridinhas “The Heretic Anthem” e “Psychosocial”, gerando gritaria generalizada na plateia. Aos beijos com uma bandeira do Brasil, Corey Taylor surgiu para a primeira declaração de amor ao país – e, principalmente, à cidade, “uma das favoritas no mundo”. “Olá São Paulo”, disse o vocalista do Slipknot. “Essa plateia faz mais barulho do que qualquer Rock in Rio.”

A frase foi uma provocação ao público do show da banda dois dias antes, na edição de 2015 do festival carioca. Se os paulistanos foram realmente mais participativos do que os cariocas é praticamente impossível de medir, mas dali em diante, só viriam mais declarações apaixonadas à cidade cinza por parte de Taylor.

O vocalista, aliás, mostrou-se um exímio frontman. Além dos protocolares agradecimentos, ele conseguiu ter o público na mão do começo ao fim da apresentação, fosse chamando-os de “filhos da puta” ou demandando energia. O vocalista também demonstrou atenção especial com as músicas mais novas, introduzindo-as verbalmente uma por uma, e fazendo com que nenhuma delas tivesse recepção morna.

Foi assim com o single “The Devil In I” e “AOV”, tocadas no começo, e com “Killpop” – apesar do nome, a mais pop do setlist – e “Custer” – de refrão ao mesmo tempo agressivo e grudento. As mais conhecidas, por sua vez, não precisam de apresentação: “Vermilion”, “Wait And Bleed” e “Before I Forget” – dedicada ao “espírito heavy metal” – ganham recepção invejável, gerando rodas de pogo, bate cabeça e todo extremismo corporal que o gênero provoca nos fãs.

“Vocês estão sentindo isso?”, disse Taylor, antes de puxar “Sulfur”, faixa que segue a dinâmica de introduções pesadas e refrões limpos que acompanha o Slipknot em quase todo o repertório. Em “Duality”, o vocalista pediu para o público cantar “tão alto que eu sinta no meu peito, no meu coração”, sendo atendido prontamente, em uma performance descrita pelos gritos de “All I've Got Is insane!”

Convidando os paulistanos para uma viagem a Iowa (estado natal, além de título do segundo álbum, do Slipknot), o noneto tocou “Disasterpiece”, emendando “Spit It Out” em seguida. Na faixa do disco de estreia da banda, o público tradicionalmente se agachou até Taylor comandar a explosão de pulos e braços levantados. “Não há nada mais importante para mim do que ouvir as vozes de vocês”, declarou-se novamente o vocalista.

Após alguns minutos curiosos de silêncio, o Slipknot voltou para o bis, a parte final do show, restabelecendo a overdose de decibéis e gritaria com “(Sic)”, o hino cético “People = Shit” e “Surfacing” (na qual Taylor pediu, como em todos os shows, para o público ostentar o dedo do meio levantado).

A apresentação chegou ao fim antes das 22h20, depois da distribuição de baquetas e do contato final com os fãs. Apesar da honestidade questionável dos discursos “apaixonados” de Corey Taylor – que, em diferentes intensidades, são feitos em praticamente todo show da banda –, ele ainda afirmou que a plateia paulistana estava entre as “três melhores do mundo”, depois de colocá-la acima da carioca. Não foi necessária a intervenção do vocalista para perceber o caos gerado pelo Slipknot, que, apesar das caras feias nas máscaras, fez um espetáculo de entrega, exigindo atenção a cada acorde. #YourTour #ThisBudsForYou