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Banda Blitz precisou riscar 30 mil discos de vinil à mão, em 1982, para fugir da Ditadura Militar

Os músicos precisaram “editar” o material para cumprir as exigências do órgão responsável pelas regulação das obras artísticas

Redação Publicado em 01/04/2020, às 07h46

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Capa do disco As Aventuras da Blitz (Foto: Reprodução)
Capa do disco As Aventuras da Blitz (Foto: Reprodução)

A banda Blitz precisou riscar 30 mil discos de vinil para fugir da ditadura militar, em 1982. Os precursores do rock nacional estavam prontos para lançar o álbum de estreia As Aventuras da Blitz, mas tiveram as duas últimas músicas do álbum vetadas pelas autoridades.

Em 1968, os líderes militares instituíram o AI-5, o ato constitucional que permitiu o monitoramento e proibição de obras artísticas com conteúdo “inadequado” para a população brasileira consumir.]

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Segundo o site da MTV Brasil, o DCDP - Divisão de Censura de Diversões Públicas, então, proibiu a veiculação das duas últimas músicas do disco, “Cruel Cruel Esquizofrenético Blues” e “Ela Quer Morar Comigo na La” por causa da da frase “ela diz que eu ando bundando”, a ambiguidade da palavra “peru” e a utilização de um palavrão nas letras.

Porém, a banda já havia produzido 30 mil cópias de discos de vinil, prontos para venda. No fim, a solução encontrada pelos músicos foi “editar” o próprio material manualmente e riscar todos os discos para cumprir a exigência do governo. 

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Nesta mesma época, muitos outros artistas da música nacional foram alvo da censura, desde o MPB, como, por exemplo Caetano Veloso e Chico Buarque, até o rock, como Legião Urbana, Capital Inicial e Inocentes

Mesmo após o início da redemocratização do país, o DCDP só extinto três anos depois do fim da ditadura militar, em 1988. Anos mais tarde, as músicas proibidas foram incluídas na reedição do disco em formato de CD.

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Relembre as canções  “Cruel Cruel Esquizofrenético Blues”  e “Ela Quer Morar Comigo na La”: 


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