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Gal Costa comete gafe, mas se redime no Festival Se Rasgum: 'Hoje, falar de amor é um ato revolucionário'

Durante apresentação na 14ª edição do festival, em Belém, no Pará, cantora gritou: "Viva o Nordeste"

Pedro Antunes, de Belém* Publicado em 02/11/2019, às 12h30

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Gal Costa se apresentou no Festival Se Rasgum, em Belém (Foto: Caio Brito / Divulgação)
Gal Costa se apresentou no Festival Se Rasgum, em Belém (Foto: Caio Brito / Divulgação)

"Eu sou, eu sou, eu sou amor da cabeça aos pés", canta Gal Costa, na volta da cantora a Belém, no Pará, e na estreia dela como atração do festival Se Rasgum, o principal nome do line-up da primeira noite do festival hospedada no Espaço Náutico Marine Club, na beira do Rio Guamá.

Um show, esse de Gal, cuja turnê leva o nome do mais recente disco de estúdio dela A Pele do Futuro, lançado em 2018, que abraça o amor, nas mais diferentes formas (materno, fraterno, quente), e gostos (do doce ao amargo).

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"Hoje, falar 'eu te amo' é um ato revolucionário", pregou Gal Costa em determinado momento da apresentação. Assim, ela entrega uma revolução particular, com base repertório bem escolhido por passar pela história da cantora, pelo presente com as canções do novo disco e, por que não, também para o futuro, com a inclusão de músicas nunca gravadas, como "As Curvas da Estrada de Santos" (de Roberto Carlos e Erasmo Carlos) e "Motor" (do incrível Teago Oliveira, líder da Maglore e, agora, também dono de um disco solo chamado 'Boa Sorte').

Das canções antigas, das várias Gal Costa ao longo de 39 disco até a chegada de A Pele do Futuro, estão músicas consagradas como "Chuva de Prata" (Ed Wilson e Ronaldo Bastos), "Balancê" (Alberto Ribeiro e João de Barro), "Dê um Rolê" (Moraes Moreira e Galvão), "Vaca Profana" (Caetano Veloso) e "Sua Estupidez" (uma das mais entregues e lindas canções de amor criadas pela parceria entre Roberto e Erasmo Carlos).

Já de A Pele de Futuro (álbum transformado em um DVD ao vivo gravado na Casa Natura Musical em em março de 2019) foi bem representada pela dobradinha "Sublime" e "Cuidando de Longe" - a última, no disco, é uma parceria incrível entre Gal e o fenômeno sertanejo Marília Mendonça.

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De voz impecável, o único tropeço de Gal Gosta foi, em dado momento, agradecer ao público e gritar "viva o Nordeste" três vezes, para a confusão do público paraense. Alguns gritaram com Gal, outros se mostraram confusos ou irritados.

Ao voltar para o bis, Gal se desculpou com o público e entregou mais três músicas antes de se despedir. Redimiu-se, sublime, como canta a música. O amor transforma, o amor perdoa também. 

Primeiro dia de Se Rasgum

Com Gal Costa, a noite de 1º de novembro do Se Rasgum teve a atenção dominada pela cantora, é verdade, dona também de uma parcela do público que não é necessariamente frequentador de festivais e ansioso por conhecer novas bandas.

Algo que não deve se repetir nos outros dois dias de Se Rasgum, com atrações mais diversas, sem um holofote só. De qualquer forma, foi bonito ver a mineira Moons mostrar as singelas canções dos três discos do sexteto penetrarem, aos pouquinhos, no interesse de quem estava ali, minutos antes de Gal Costa subir ao palco.

Foi um desafio grande para André Travassos e companhia, é claro, mas eles entregaram uma apresentação hipnótica, de leveza ímpar, mesmo quando as canções tratavam das questões mais devastadoras do coração.

O 14º Se Rasgum é realizado no Espaço Náutico Marine Club e oferece ao público dois palcos, o Palco Natura Musical e Palco Oi. Passaram por eles, na noite de 1º de novembro, Pratagy, Anna Suav & Bruna BG (que espetáculo!), o projeto Os Amantes (de Jaloo com Strobo), Mulamba e Bazar Pamplona com Ana Clara.

No sábado, 2, a escalação contará com Nic Dias, Rakta, Dingo Bells, Brvnks, Black Pantera, Joe Silhueta, O Quadro e Nação Zumbi.


*Pedro Antunes é editor-chefe da Rolling Stone Brasil está no Pará a convite da organização do festival