Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Uma Nova Fúria

Green Day mergulha na violência e no caos dos Estados Unidos de 2016 em novo disco

Andy Greene Publicado em 07/10/2016, às 12h36 - Atualizado às 12h42

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Mike Dirnt, Billie Joe Armsrtong e Tré Cool - Divulgação
Mike Dirnt, Billie Joe Armsrtong e Tré Cool - Divulgação

Há dois anos, Billie Joe Armstrong dirigia até Manhattan quando encontrou uma multidão de manifestantes. Indignados com a decisão de um júri de não indiciar um policial de Ferguson, Missouri, pelo assassinato de Michael Brown, eles encheram as ruas e pararam o trânsito por quilômetros. Armstrong ficou comovido. “Saí do carro e marchei com eles”, conta. “Foi ótimo ver as pessoas se rebelarem contra a velha ordem.”

LEIA TAMBÉM

[Lista] Os 40 Maiores Álbuns Punk de Todos os Tempos

Lembre como foi a entrada do Green Day no Hall da Fama do Rock and Roll, em 2015

Ouça “Bang Bang”, single de Revolution Radio

A experiência inspirou a faixa-título do novo álbum do Green Day, Revolution Radio (lançado em 7 de outubro), um apanhado de músicas sobre o estado caótico dos Estados Unidos em 2016. Não é um álbum conceitual político como American Idiot – também há faixas mais pessoais, como “Ordinary World”, uma balada doce que encerra o disco –, mas a maioria das músicas aborda questões sociais prementes.

“Still Breathing” é uma canção abrasadora que, segundo Armstrong, “vai da vida de um junkie à de um jogador, e depois à de uma mãe solteira e de um soldado. E mostra como meio que estamos todos conectados”. A faixa mais incendiária é o primeiro single, “Bang Bang”, composto da perspectiva de um atirador em massa. “Foi estranho entrar na cabeça de uma pessoa assim”, diz Armstrong. “Ainda não sei por que alguém faria algo tão horrível, mas também quis refletir um pouco a cultura sem soar pretensioso.”

Revolution Radio é o primeiro álbum do Green Day desde que Armstrong passou por uma reabilitação, em 2012 (dois anos depois da última visita da banda ao Brasil), devido ao vício em álcool e em remédios controlados, o que forçou o grupo a adiar dezenas de shows para promover seu trio de discos lançado no mesmo ano, ¡Uno!, ¡Dos! e ¡Tré! Armstrong se recuperou, mas a banda logo passou por outra adversidade. Em 2014, Brittney, a esposa do baixista, Mike Dirnt, foi diagnosticada com câncer de mama. Pouco depois, o guitarrista de turnê Jason White descobriu que tinha câncer nas amídalas. As conversas sobre o sucessor de ¡Uno!, ¡Dos! e ¡Tré! pararam. “Essas pessoas são como gente da família para mim”, afirma Armstrong. “Eu não teria a audácia de ser criativo durante um momento como esse.”

Felizmente, no fim de 2015 White e Brittney Dirnt estavam em remissão e o Green Day começou a trabalhar em um novo disco no estúdio da banda em Oakland. Pela primeira vez desde Warning (2000), o álbum tinha produção própria. “Se fosse para fazer de novo, eu faria [¡Uno!, ¡Dos! e ¡Tré!] mais crus e soltos”, diz Armstrong. “Éramos uma máquina de escrever que ficava funcionando até o ponto de forçarmos material. Desta vez, foi o oposto.”

Agora, o Green Day mal pode esperar para levar Revolution Radio a arenas e estádios no mundo inteiro. “Nunca me senti tão bem na vida”, conta o vocalista. “Estou tão grato por ter esta banda – meus amigos estão ótimos e amo estar ao lado deles.”