Psicose e Rotting in the Sun: o que Hitchcock tem a ver com comédia gay? [SPOILER]

Obra-prima de Sebastián Silva, Rotting in the Sun abraça a temática do suicídio e faz uma sátira sobre o comportamento generalizado de homens gays. A diferença entre os idiomas inglês e espanhol incrementa a narrativa que, dependendo da perspectiva pela qual é assistida, pode ser considerada uma comédia ou um drama. O longa-metragem chegou à Mubi em 15 de setembro e foi exibido anteriormente na primeira edição do MUBI Fest, festival na Cinemateca Brasileira ocorrido em julho. 

Mas o que tudo isso tem a ver com Alfred Hitchcock? O filme estrelado por Silva e Jordan Firstman segue a estrutura que, embora provavelmente não tenha sido criada pelo diretor, ficou conhecida pelo trabalho dele em Psicose(1960): quem aparentemente está no papel do protagonista morre na metade do longa.

No caso de Psicose, Janet Leigh — no papel de Marion Crane — é assassinada por Norman Bates, interpretado por Anthony Perkins, quando ainda restam bons minutos do filme. Numa grande virada, o espectador passa a acompanhar a história de Norman, que ganhou sequências nos anos seguintes.

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O spoiler, obviamente, não está relacionado ao filme lançado há mais de 60 anos, mas sim a Rotting in the Sun. Somos absorvidos pelo cotidiano depressivo e repleto de situações inusitadas de Sebastián, que interpreta personagem homônimo, até que, de repente, ele morre em um acidente que poderia ser evitado pela supervisão de qualquer arquiteto ou engenheiro em uma obra. 

Jordan, que também encarna personagem homônimo, passa a ocupar o centro da narrativa ao investigar por conta própria o que acreditava ser o sumiço do affair da praia Zicatela, no México. Quando Silva consegue partir dessa para a melhor sem precisar se suicidar, como planejava, ainda falta mais de uma hora para o fim do longa-metragem. 

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Veró, vivida pela genial Catalina Saavedra, é outro ponto alto de Rotting in the Sun e ajuda a construir o mistério que Firstman tenta desvendar.