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Lady Gaga

Redação Publicado em 06/06/2011, às 10h52 - Atualizado em 07/03/2016, às 18h45

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Divulgação
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Lady Gaga

Born This Way

Universal

Cantora cria obra concisa sobre religião, vida noturna e autoajuda

O excesso é o caminho mais curto para a redenção? A resposta, em 99,9% dos casos, é não. Mas quem mais poderia fugir dessa suposta regra senão Lady Gaga, a atual rainha do descomedido? Born This Way, no conjunto, é um belo disco pop. O paradoxo: em diversos momentos, o resultado passa próximo do ridículo, e é nessa tênue linha que Gaga se destaca. Avulsas, músicas como “Judas” e “Americano” poderiam indicar um descarrilamento no “trem Gaga”, mas, dentro do contexto, são pertinentes. Há uma intensificação da autoajuda da cantora para com os fãs – a faixa-título (sim, que lembra Madonna) e “Bad Kids” proclamam a ideia de que devemos ser felizes com nossas estranhezas. A figura cada vez menos “digerível” de Gaga, que prefere a esquisitice ao belo, corrobora a mensagem. Em contradição, ela se vale de elementos “divinos”: Jesus é citado em quatro faixas e um coral ecumênico proclama o nome dela em “Bloody Mary”. O disco é calcado na eurodance, por isso há poucos graves. A influência do rock também é audível – um exemplo é a colaboração de Brian May (Queen) em “Yoü and I”. Seja nas pistas, seja nas baladas, seja no rock, Lady Gaga permanece despudoradamente no limite – e, enquanto seus excessos estiverem sob controle, ela será a estrela mais intrigante do pop contemporâneo.

BRUNA VELOSO