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'The Queen is Dead': O disco do The Smiths seria mesmo um ataque à monarquia britânica?

Lançado em 1986, o álbum é um dos maiores sucessos da banda inglesa; mas quais foram as inspirações por trás de suas faixas?

Pamela Malva Publicado em 09/09/2022, às 17h00

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The Smiths (Foto: Galeria (Smiths)/Reprodução)
The Smiths (Foto: Galeria (Smiths)/Reprodução)

Em junho de 1986, quando o The Smiths lançou o disco The Queen Is Dead e o projeto tornou-se um grande sucesso, surgiram muitas questões sobre a origem das canções e suas respectivas inspirações. Afinal, o álbum seria, ou não, um ataque à monarquia britânica?

The Queen is Dead é o terceiro disco de estúdio do The Smiths e um dos projetos mais famosos da banda, tendo ficado no topo das paradas do Reino Unido durante 22 semanas depois de lançado. Tamanha é sua relevância para a música internacional que, em 2020, foi considerado um dos 500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos pela Rolling Stone EUA.

Segundo a Far Out Magazine, as 10 faixas do disco nasceram da junção de várias melodias e antigas demos que faziam parte do repertório não explorado do The Smiths, muitas das quais o guitarrista Johnny Marr escreveu durante a turnê do grupo pelo Reino Unido. O álbum, então, conta com diversas inspirações, além de um antitradicionalismo latente.

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O principal single do álbum, que leva o mesmo nome, por exemplo, foi composto por Johnny Marr quando ele ainda era adolescente. Para a música ‘The Queen Is Dead’, o guitarrista buscou inspiração nas bandas de garagem e no cenário underground internacional.

Eu tive a ideia de fazer uma música que tivesse a agressividade das bandas de garagem de Detroit, porque eu sou um grande fã do The Stooges”, explicou ele. “É influenciada pelo The Velvets também — é o The Smiths interpretando o The Stooges interpretando The Velvets.”

Não quer dizer, no entanto, que ‘The Queen Is Dead’ tenha sido a primeira faixa composta no álbum — muito pelo contrário. De acordo com a Far Out Magazine, a música foi uma das últimas finalizadas pelos músicos do The Smiths durante a gravação do álbum.

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A icônica faixa foi criada no inverno de 1985. Naquele dia, Marr testava um novo kit de pedais e, enquanto montava o equipamento, decidiu tocar um riff que escreveu na época em que ainda morava com os pais. A partir do som inédito, o baixista Andy Rourke criou uma melodia e o baterista Mike Joyce imaginou como poderia ser a batida da música.

“Eu, Mike e Johnny estávamos tocando esse riff pesado — o tocamos solidamente por cerca de 20 minutos, olhando um para o outro pensando: 'Nós realmente temos algo aqui'”, lembrou Andy Rourke. “Johnny me fez sentir bem com isso; disse que era uma das melhores linhas de baixo que ele já tinha ouvido. Então, quando pensamos que não poderia ficar melhor, Morrissey veio e colocou suas letras por cima.”

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Com o sucesso pronto, não demorou até que ‘The Queen Is Dead’ fosse lançada, em 16 de junho de 1986, após uma tentativa falha de convidar Linda McCartney para tocar piano na produção. A faixa, então, tomou conta das paradas e gerou diversas discussões.

Afinal, não é todo dia que uma banda britânica narra a morte da rainha em uma de suas músicas, com versos que imaginam a “cabeça [da monarca] na tipóia”, como se ela tivesse sido guilhotinada. Segundo Morrissey, todavia, a ideia nunca foi atacar a monarquia.

Ainda assim, enquanto falava sobre a faixa, o vocalista do The Smiths demonstrou certa aversão à Coroa britânica, ainda de acordo com a Far Out Magazine. “A própria ideia da monarquia e da Rainha da Inglaterra estão sendo reforçadas e criadas para parecerem mais úteis do que realmente são”, teria dito ele, na época do lançamento da faixa.