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Em meio a diversos entreveros com Ozzy Osbourne, Bill Ward tem muito o que desabafar

"Quando você ama alguém e começam a falar inverdades sobre você, dói muito", afirma o músico

Kory Grow | Tradução: Ligia Fonseca Publicado em 27/05/2015, às 18h12 - Atualizado às 18h23

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Bill Ward - Image Collect
Bill Ward - Image Collect

Faz três anos e meio que o Black Sabbath anunciou que gravaria o primeiro álbum desde 1978 e quase a mesma quantidade de tempo desde que os integrantes decidiram seguir em frente sem o baterista Bill Ward. Em 2012, Ward disse em comunicado que queria um “contrato assinável”, mas as negociações falharam. O disco 13 saiu, com Brad Wilk (Rage Against the Machine) nas baquetas, em 2013.

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Recentemente, Ward publicou um comunicado no Facebook pedindo que Ozzy Osbourne se desculpasse pelas mentiras que vinha falando sobre ele. Osbourne respondeu afirmando que o baterista estava fisicamente incapaz de se comprometer com uma turnê e ainda pediu que o colega “parasse de se fazer de vítima”. Desde então, Ward já se pronunciou publicamente, mas nesta entrevista exclusiva ele desabafa sobre todas essas questões.

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Os outros membros do Black Sabbath disseram que estão trabalhando em um novo álbum. Eles falaram com você sobre isso ou sobre fazer uma turnê?

Não diretamente. Esse é um dos motivos para eu querer me manifestar agora, porque acho que, às vezes, quando ouço essas histórias, eles estão falando sobre mim, mas não falam diretamente comigo. A única pessoa que falou diretamente comigo foi o [baixista] Geezer [Butler], alguns anos atrás.

O que o inspirou a escrever no Facebook?

Há algumas declarações específicas que achei simplesmente grosseiras. Acho que se tiver de existir uma relação no futuro, especialmente com Ozzy, essas coisas precisariam ser abordadas e esclarecidas. Queria que ele corrigisse aquilo.

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Uma das coisas que Ozzy disse foi que você estava “incrivelmente acima do peso”. É verdade?

A verdade é que eu estava acima do peso para tocar ao vivo, mas não para o estúdio. Podia gravar faixas com o peso que atingi. Todos eles sabem que tenho um regime de exercícios muito rigoroso. Em agosto de 2011, comecei a emagrecer, porque, àquela altura, pensei: “Ok, provavelmente daqui a cinco ou seis meses faremos mesmo uma turnê”. Quando estávamos na Inglaterra, eu andava 10 km antes do café da manhã, fazia musculação, andava entre 3 e 5 km à noite e tocava, digamos, três ou quatro horas por dia.

O que teria deixado o contrato “assinável” para você?

Quis ganhar mais dinheiro do que conseguimos no passado para shows em festivais. Acho que era algo em torno de US$ 80 mil por festival. Imagino o espanto de todos lendo isso, mas US$ 80 mil não é muito quando se toca em festivais. E gostaria que meu nome e imagem tivessem um contrato seguro, porque eles foram um problema no passado. Recebo uma taxa fixa por meu nome e imagem no merchandising e estamos brigando com os advogados para tentar ter um contrato correto para o uso deles. Além disso, queria participar dos lucros de composição. Apenas um gesto de boa vontade que dissesse que “atuar como baterista também faz parte da composição das músicas”.

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Você apareceu com a banda em 11 de novembro de 2011, quando foi feito o anúncio de que o Sabbath faria um novo álbum. Por que você fez a aparição sem contrato?

Dei o benefício da dúvida aos advogados que estavam trabalhando para resolver isso.

Quando você parou de tentar contatar com a banda?

Ficamos tentando negociar até uma semana antes dos shows beneficentes em Birmingham [em maio de 2012]. Estávamos literalmente de malas prontas para partir para Los Angeles, caso dissessem “sim”.

O que fez com que você parasse de falar com os outros integrantes enquanto amigo?

Quando você ama alguém e começam a falar inverdades sobre você, dói muito. Então, você tem que remover o amor, deixá-lo de lado. Se eu ficasse, tipo: “Tudo bem, vocês podem cagar na minha cabeça”... isso teria me destruído como pessoa.

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Por que você não ligou para Ozzy, como amigo?

Ozzy acabou comigo em público. Se ele tivesse feito isso de forma privada, provavelmente teríamos só brigado e dito “vai se foder”. Mas, como ele fez isso em público, estou fazendo o mesmo.

Você fala como se tivesse perdido um amigo.

Em 2012, passei por um período de luto por conta da perda da presença [de Ozzy] na minha vida. Foi terrível, eu chorei. Pensei: “Meu Deus, nem sei mais quem é essa pessoa”.