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Lendário produtor André Midani se reúne com ícones da MPB em série televisiva

Primeiro episódio dos registros que mostram os descontraídos encontros realizados na casa de Midani será exibido nesta terça-feira, 10, pelo canal GNT

Lucas Borges Publicado em 09/03/2015, às 18h27 - Atualizado em 13/03/2015, às 16h28

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Produtor musical
 - Reprodução
Produtor musical - Reprodução

Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Tim Maia, Raul Seixas, Chico Buarque, Lulu Santos, Roger, do Ultraje a Rigor, Gilberto Gil, Erasmo Carlos, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Marcos Valle, Ney Matogrosso, Baby do Brasil, Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Caetano Veloso, Frejat e Jorge Ben têm algo em comum: todos trabalharam com André Midani.

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Alguns deles se reuniram recentemente na casa do histórico produtor musical nascido na Síria, criado na França e apaixonado pelo Brasil, em descontraídos bate-papos que serão mostrados a partir desta terça-feira, 10, às 23h, pelo canal GNT, na série André Midani – do vinil ao download.

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“Foram nove jantares ou almoços e não tinha uma pauta fixa. Essa ideia foi maravilhosa, tanto do Andrucha como da Mini [Andrucha Waddington e Mini Kerti, diretores da série] e sou extremamente grato a eles, que souberam criar junto com os artistas e comigo um ambiente muito relaxado, tinha vinho, tinha cachaça, uísque e pudemos revisitar determinados momentos do nosso convívio, como a época da bossa nova”, conta à Rolling Stone Midani, personagem determinante para o surgimento do movimento musical que aproximou samba e jazz, na década de 1950.

“Infelizmente não tivemos a participação de todo mundo que gostaríamos. Combinar as agendas de artistas não é muito fácil. Chico Buarque, Lulu Santos e Roger não puderam vir. Lamento por eles, que são artistas muito importantes, mas lamento ainda mais pelos que já morreram, como Tom Jobim, Vinícius, Tim Maia e Raul Seixas”, acrescenta ele.

Ney Matogrosso foi um dos homenageados do Grammy Latino na edição de 2014.

Ainda assim, os principais momentos da história moderna da fonografia nacional estão retratados no material, dividido em cinco épocas das quais Midani fez parte, Vinil, Anos de Chumbo, Era de Ouro, BrRock e Download. Os episódios vão ar sempre nas terças-feiras, às 23h.

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“Ficou obsoleto, deveria ser do vinil ao streaming. Mas o nome é por conta dos anos em que trabalhei. Parei em 2002 e, na época, era o download”, brinca a atração principal do programa.

Midani confessa que certas coisas mudaram para pior ao longo dessa linha do tempo, “Na companhia na qual eu trabalhava o propósito era profano e sagrado, queríamos ganhar dinheiro, mas tinha que ganhar dinheiro com música de qualidade. Acho que hoje, sim [o profano fala mais alto]. De alguns anos para cá, por circunstâncias da internet entrando na vida musical, a música foi a primeira arte que sofreu o assalto da internet por um lado e da pirataria física pelo outro.”

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Mas ele segue otimista e acredita que Do vinil ao download mostrará como empresas e artistas podem ter uma convivência culturalmente saudável.

“A gente vê que é possível ter um relacionamento produtivo entre os negócios e a criatividade sempre que o patrão está muito atento ao sagrado e ao profano. Foi importante ter feito esse trabalho porque eu vi que através dos anos, os artistas com os quais eu trabalhei têm uma visão e uma capacidade de intimidade comigo como eu tenho com eles. Há uma possibilidade de diálogo franco, criativo e às vezes, até conflitante.”

Baseado em livro homônimo, de 2008, relançado em 2015, a série André Midani – Do Vinil ao Download ainda será divulgada como documentário, a ser exibido também no exterior.