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Review: Zumbilândia: Atire Duas Vezes explode muitos crânios de zumbis, mas foca no amor

O elenco é o mesmo do original - mas agora, todos são atores renomados. Novo filme aproveita isso e foge do apocalipse zumbi, em alta em 2009, mas agora chegando à data de validade

Peter Travers / Rolling Stone EUA Publicado em 18/10/2019, às 17h44

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Zumbilândia: Atire Duas Vezes (Foto: Jessica Miglio/Columbia Pictures)
Zumbilândia: Atire Duas Vezes (Foto: Jessica Miglio/Columbia Pictures)

Já faz 10 anos do original, mas parece que Zumbilândia estreou ontem para o elenco que retorna para a sequência, Zumbilândia: Atire Duas Vezes: Woody Harrelson como o guerreiro redneck Tallahassee; Jesse Eisenberg como o nerd Columbus; Emma Stone como a vivida Wichita; e Abigail Breslin como Little Rock, a irmãzinha dela. 

Esqueça que existe um apocalipse zumbi midiático desde 2009 e a data de expiração se aproxima. Mais ainda, integralmente, os atores viraram estrelas. Stone levou para casa um Oscar por La La Land, Harrelson foi nomeado para três Billboards Outside Ebbing, Missouri, Eisenberg ganhou atenção por interpretar Mark Zuckerberg em A Rede Social e a Pequena Miss SunshineAbigail Breslin cresceu. Mas não é isso o que importa agora. Zumbilândia: Atire Duas Vezes tem a sensação de uma festa improvisada, e o público é o melhor para isso.

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O destemido quarteto agora vive na abandonada e decrépita Casa Branca. Columbus e Wichita mandam ver no quarto de Lincoln, mas quando ele pede a mão dela em casamento, ela fica apavorada e vai embora, levando sua irmã. Isso deixa Tallahassee e Columbus sozinhos até eles encontrarem Madison (Zoey Deutch) escondida em um freezer de uma loja de frozen yogurt. A novata interpreta, basicamente uma menina boba e clichê, mas ela rouba todas as cenas em que aparece. Encaminhando Tallahassee para uma vibe de velhote, fica pulando na cama com Columbus na falta de algo melhor para fazer. 

Zumbis? Todo mundo está tão acostumado a explodir os comedores de carne com armas, porradas e qualquer coisa que apareça que eles mal se abalam. É o retorno de Wichita com a notícia que Little Rock fugiu com um hippie pacifista de Berkeley (Avan Jogia) que faz o filme engatar. 

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A busca os leva a uma viagem de carro para Graceland, e deixam legiões de zumbis decapitados no caminho. Por sorte, a brincadeira para maiores entre os atores se destaca mais do que os crânios esmagados. Harrelson se diverte mais que todos - é difícil dizer se Stone finge que está entediada ou realmente se sente assim - comendo bolinhos Zingers e fazendo uma imitação do Rei quando ele se envolve com uma colega de Memphis, também fanática por Elvis, Nevada (uma agradável Rosario Dawson).

O retorno do diretor Ruben Fleischer, que agora tem Venom no currículo, arranca toda risada que consegue do roteiro de Dave Callaham, de Expendables, e Rhett Reese e Paul Wenick, piadistas do Deadpool. Mas as piadas cheiram a desespero quando Luke Wilson e ThomasMiddledtich aparecem como versões bizarras de Tallahassee e Columbus. E o clímax bom-para-todos acontece em uma comunidade hippie com exércitos de zumbis atacando como animais e é uma recapitulação virtual do apocalipse de 2009.

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Mesmo assim, não há sentido em criticar demais um filme que está ansioso para agradar. Acontece que uma dose dupla de Zumbilândia desce fácil quando você o assiste como o escapismo irresistível que é.