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Tal pai, tal filho: Max Cavalera prova que metal está no sangue da família em nova banda com caçula Igor ​[ENTREVISTA]

Max Cavalera e o filho Igor Amadeus juntam paixão pela música pesada no grupo Go Ahead and Die. Trio conta com o baterista Zach Coleman

Itaici Brunetti Publicado em 12/06/2021, às 10h00 - Atualizado às 18h32

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Go Ahead and Die (Foto: Jim Louval)
Go Ahead and Die (Foto: Jim Louval)

Max Cavalera é insaciável. À frente das bandas Soulfly, Cavalera Conspiracye integrante do Killer be Killed, o ex-Sepultura lançou nesta sexta, 11, o debut homônimo de seu mais novo grupo musical, o Go Ahead and Die, junto de seu filho caçula, Igor Amadeus Cavalera

"Sempre tive vontade de fazer um projeto separado com o Igor Amadeus, o meu filho caçula," afirma Max Cavaleraem entrevista à Rolling Stone Brasil. "A nossa relação sempre foi voltada para o metal desde quando ele era pequeno. Gostamos do mesmo tipo de som e ele sempre me mostra bandas novas," completa o músico de 51 anos, direto de sua casa em Phoenix, Arizona, EUA. 

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De acordo com Max, a sonoridade do Go Ahead and Die difere das outras bandas que o ícone do metal brasileiro possui. Neste novo projeto, o cantor divide os vocais e os riffs de guitarra com Igor. "Buscamos as minhas raízes musicais do fim dos anos oitenta, que mistura metal com death metal e hardcore. É bastante parecido com o conceito do Nailbomb, projeto que fiz em 1995," explica. 

Igor Amadeus, de 26 anos, complementa a fala do pai sobre a musicalidade do trio: "O Go Ahead and Die é mais extremo, com influências de death metal e bem diferente do Soulfly, por exemplo, que é mais grooveado." 

De olhos - e ouvidos - voltados para a sonoridade feita há mais de 40 anos, Max explica que o disco é "bem cru e selvagem", e não quis optar em fazer uma gravação digital. "Parece que foi gravado em 1987. É uma viagem no tempo musical. Nada foi digital, é meio 'podrão' mesmo," pontua.

Nascido no Lockdown

Criado, composto e gravado durante o lockdown imposto pela pandemia do coronavírus, o álbum Go Ahead and Die possui 11 faixas e, além de Max e Igor Cavalera na formação, o trio apresenta o baterista norte-americano Zach Coleman. O lançamento é da gravadora Nuclear Blast

"Tenho duas casas aqui no Arizona. Uma é mais no deserto mesmo, então passei alguns dias lá com o Igor e o nosso itinerário era fazer som o dia inteiro; nós ensaiávamos, gravávamos as demos e à noite assistíamos a filmes de terror antigo", conta Max sobre o processo de criação do álbum. 

"O Igor é um moleque legal. Ele toca guitarra legal, faz uns riffs muito loucos e tem umas ideias malucas de outro planeta", exalta o papai orgulhoso. "Foi a oportunidade de fazer algo com o meu filho e usamos o nosso tempo no lockdown para isso.", acrescenta. 

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Igor Cavalera relembra como foi trabalhar com o pai: "Somos uma família normal, como pai e filho normal. A nossa harmonia como família é ótima e conseguimos levá-la para a música. Eu escrevia as letras, mostrava para o meu pai que analisava o que era o bom, o que não era e o que encaixava na música. Ele me dá muita liberdade."

Capa do álbum Go Ahead and Die

Álbum político

Os assuntos abordados nas músicas do álbum foram inspirados por situações atuais e globais como a pandemia do coronavírus, o governo desastroso do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a corrupção na política e o movimento Black Lives Matter, nos EUA, explica Igor Cavalera. 

"As letras foram inspiradas pelas últimas eleições norte-americanas, pelos protestos de Black Lives Matter causados pela morte de George Floyd e pela pandemia do coronavírus," ressalta Igor. "A música "Truckload Full of Bodies" [1ª faixa do álbum e 1º single], foi inspirada nas mortes por Covid-19", diz.

Max Cavalera acrescenta sobre a canção: "Enquanto o povo estava morrendo, pessoas com poder, tipo o Trump, estavam pouco se f*dendo para quem estava morrendo."

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Com hinos de protestos como "Refuse/Resist" [Sepultura] e "Back to Primitive" [Soulfly] no extenso currículo musical, Max diz que a mensagem do novo grupo é muito diferente de suas outras bandas. "O Go Ahead and Die é muito político sem fazer apologia. É um f*da-se para toda essa sociedade doente em que estamos vivendo", dispara. 


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