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Maior festival de cinema fantástico da América Latina, Fantaspoa tem edição virtual focada em filmes de fantasia, ficção-científica, horror e thriller [ENTREVISTA]

João Fleck, um dos organizadores do evento, conversou com a Rolling Stone Brasil sobre o cinema fantástico e a produção da edição de 2021

Camilla Millan I @camillamillan Publicado em 23/03/2021, às 17h30

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Cartaz do Festival Fantaspoa (Foto: Divulgação)
Cartaz do Festival Fantaspoa (Foto: Divulgação)

O Fantaspoa (Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre) foi fundado em 2005 com o objetivo de difundir o gênero fantástico do cinema ao redor do mundo - em 2021, o propósito permanece.

A 17ª edição do evento promete disponibilizar diversos filmes gratuita e virtualmente, além de oferecer atividades online com convidados de sucesso, como Silvero Pereira, astro de Lunga em Bacurau. A programação na íntegra pode ser conferida no site oficial do evento.

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As atividades online do festival iniciaram em 23 de fevereiro, e acontecem até 8 de abril - e as lives que já foram transmitidas continuam salvas no canal de Youtube do evento. Ainda, 160 filmes serão disponibilizados gratuitamente na plataforma Darkflix do dia 9 ao 18 de abril de 2021. 

Dedicado aos filmes fantásticos e considerado o maior evento do tipo na América Latina, o  evento exibirá produções de diversas nacionalidades - e promete dar o devido valor e evidência aos gêneros da fantasia, ficção-científica, horror e thriller. 

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João Fleck e Nicolas Tonsho, entusiastas do cinema fantástico, são os nomes por trás da organização do Fantaspoa. Em entrevista à Rolling Stone Brasil, Fleck falou sobre a paixão pela fantasia e o esforço coletivo em realizar o festival; confira a nossa conversa:

Rolling Stone: O que você mais gosta em relação ao cinema fantástico?

João Fleck: Ele derruba barreiras. Em um filme, podemos ter contato com seres alienígenas, no outro desvendando mistérios do passado com um grupo de seres mitológicos e em um terceiro vendo a sociedade dizimada por zumbis. Basicamente, desvendar outros mundos através do cinema fantástico é o que eu acho incrível. 

RS: Em relação ao Fantaspoa, o que você mais gosta?

JF: O festival tem facetas múltiplas, é o meu trabalho, mas também é minha diversão e onde me sinto realizado. Não sei quem eu seria sem o Fantaspoa, mas seria uma pessoa muito diferente, então, espero que o festival continue existindo por muitos anos. Nosso principal diferencial é que, na verdade, somos cinéfilos em primeiro lugar e, por causa da nossa paixão pelo cinema, tornamo-nos produtores culturais.

Se eu fosse ver pelo prisma do público, é a possibilidade que o festival oferece de ver obras incríveis, que eu não veria se não fosse ele. No Fantaspoa, desvendamos outros mundos a partir de outros mundos, pois vemos estas obras feitas a partir da mentes de artistas do Cazaquistão, da Tunísia, da Malásia e a influências deles são totalmente diferentes de um artista do Brasil, Chile ou Estados Unidos, e isso leva a resultados surpreendentes.

RS: A edição de 2021 tem grandes nomes, como Silvero Pereira, Luciana Paes e Dane Taranha. Por que você escolheu esses nomes e como foi fazer o convite para o festival?

JF: Em muitas edições, realizamos homenagens para grandes artistas. Alguns dos principais nomes que passaram por aqui são o ganhador do Oscar Roger Corman, o ícone do cinema fantástico Stuart Gordon e Lloyd Kaufman, criador da Troma Films e do clássico cult O Vingador Tóxico.

Percebemos que a interação do público com estes ícones não se converte tão bem para o meio online, pois os fãs querem tirar fotos, pegar autógrafo (...) Aí tivemos a ideia de realizar uma série de lives que denominamos “atividades de formação”, cobrindo várias facetas, desde exposições mais teóricas (teremos um curso sobre a importância do Laranja Mecânica no cinema), até coisas bem práticas (como a produção de sangue para o cinema fantástico).

Buscamos, com estas atividades, oferecer a melhor e mais completa experiência possível para colaborar com a formação de novos profissionais, pois nossa preocupação não se limita à exibição de filmes – buscamos também colaborar com a continuidade da produção do cinema no Brasil.

RS: O festival tem um público específico ou todos que se interessam por cinema podem participar e fazer as atividades?

JF: Buscamos realizar o evento mais interessante possível, de maneira que ele possa atrair todos os públicos (...) Ainda que tenhamos um público focado na faixa etária de 18 a 50, nossas sessões contam com a presença de adolescentes - respeitando as classificações indicativas, obviamente - e pessoas com mais de 70 anos. Esta variedade é algo que nos enche de orgulho, e reflete tanto no formato físico quanto online. Com o benefício de ser totalmente gratuito no formato online, todos que se interessam por cinema participam, tanto das sessões quanto das atividades de formação. 

RS: Além das atividades gratuitas, diversos filmes serão disponibilizados. Como foi a escolha?

JF: No total, serão disponibilizados ao público 160 filmes de 40 países, selecionados dentre mais de 500 inscrições para a edição de 2021. Contamos com uma curadoria especializada em considerar diversos aspectos: a variedade dos gêneros, de países, a atualidade dos filmes, a relevância temática e também sempre focada no público. Metade de nosso time de curadoria é formado por mulheres, e mais da metade das obras selecionadas é dirigida, produzida, roteirizada e/ou protagonizada por mulheres, refletindo uma preocupação do evento em dar voz e visibilidade a artistas mulheres, cujo gênero, historicamente, é negligenciado pela indústria.

RS: O que tem de especial na edição de 2021?

Este é o ponto no qual podemos afirmar que ultrapassamos as fronteiras da América Latina e nos tornamos relevantes no mundo todo. A edição de 2021 é o evento de cinema fantástico de acesso mais democrático que podemos conceber. Qualquer espectador em território brasileiro pode assistir à programação completa, com 160 filmes, diversos debates, 14 atividades de formação, além de acessar uma exposição virtual com 20 obras inéditas criadas por artistas mulheres, sem nenhum custo. Se você tem um dispositivo que se conecta à internet, pronto, pode acompanhar a programação do Fantaspoa 2021, que, apesar de virtual, mantém o padrão de excelência esperado pelos nossos espectadores – e ainda que isso tenha a limitação de nos afastar da proximidade dos amigos vendo um filme em comunhão na sala escura, torna o festival acessível para todo o Brasil.

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