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4 motivos para assistir Da África aos EUA: Uma Jornada Gastronômica [LISTA]

Da África aos EUA: Uma Jornada Gastronômica, série documental da Netflix, estreou em maio de 2021 para contar, de maneira emocionante, sobre a culinária afro-americana

Camilla Millan Publicado em 26/06/2021, às 16h23

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Dr. Jessica B. Harris e Stephen Satterfield em Da África aos EUA - Uma Jornada Gastronômica (Foto: Divulgação/Netflix)
Dr. Jessica B. Harris e Stephen Satterfield em Da África aos EUA - Uma Jornada Gastronômica (Foto: Divulgação/Netflix)

A culinária dos Estados Unidos não surgiu, necessariamente, no continente americano. Quando se trata de ingredientes e pratos típicos, muitos hábitos foram trazidos por africanos escravizados. Da África aos EUA: Uma Jornada Gastronômica, série documental da Netflix, acompanha a gastronomia afro-americana enquanto conta sobre a jornada dos negros na América do Norte.

Ao revisitar Benim, país na África, e cidades dos Estados Unidos, a trama acompanha as histórias da escravidão - enquanto dá protagonismo e destaque a uma rica culinária africana. Apresentada pelo escritor Stephen Satterfield, a série é emocionante.

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A narrativa dialoga a crueldade da escravidão com a resiliência e resistência de povos que, mesmo escravizados, conseguiram concretizar uma culinária própria. Apesar de a série ter foco no desenvolvimento da culinária afro-americana nos Estados Unidos, em diversos momentos é possível estabelecer relações com o Brasil - o que deixa a produção ainda mais interessante.

Uma história emocionante, respeitosa e necessária, principalmente atualmente: Da África aos EUA: Uma Jornada Gastronômica é uma grande série documental sobre diversos aspectos da cultura africana que merecem ser evidenciados e homenageados. Confira 4 motivos para assistir à produção da Netflix:

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Comida afetiva

Mais do que um cardápio no restaurante, a comida tem grande significado. Através de uma culinária, tradições e sentimentos são transmitidos através de gerações - e o mais simples gesto de provar a comida no dorso da mão ganha uma significância. 

A série documental da Netflix explica que as relações que envolvem a comida são maiores que o prato: tem a ver com resistência de negros que descendem de escravizados. Na emocionante produção, a comida é afetiva, parte de diversas histórias e, inclusive, parte da escravidão de milhões de africanos.

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Respeito

Em tempos de fake news e violência, a série documental ensina sobre o respeito às origens. A cultura não é estática - e a medida que novas gerações transformam as tradições, não se pode esquecer da trajetória até chegarmos onde estamos.

Principalmente quando se trata da escravidão, é preciso olhar com cautela e respeito os países de origem - e assim que o fizer, verá como é fácil se enxergar em uma nação do outro lado do mundo. 

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Pretagonismo

Não é uma das várias séries feitas por brancos para falar sobre negros. Da África aos EUA: Uma Jornada Gastronômica, é baseada no livro de Jessica B. Harris, autora que acompanha o apresentador em diversos momentos do seriado. Ainda, a produção prioriza estudiosos e personalidades pretas, e sempre fala sobre o protagonismo dos diversos povos africanos na formação da culinária conhecida atualmente nos Estados Unidos.


Relação com Brasil

Assim como nos Estados Unidos, diversos negros escravizados foram enviados de maneira forçada ao Brasil. Apesar de serem diferentes nações e formatos de colônia, muitos aspectos da culinária e cultura brasileira também estão presentes na produção.

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O quiabo e o dendê, presentes também na culinária brasileira, foram trazidos pelos escravizados - e atualmente são elementos importantes da cultura do Brasil. O famoso acarajé, inclusive, veio do Golfo do Benim, região retratada na produção da Netflix. Em diversos aspectos, a história da escravidão também dialoga com a culinária brasileira - e é difícil não enxergar as semelhanças.


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