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Lollapalooza 2019: Tribalistas sobrevivem à falhas técnicas com show político, sem pesar demais

Pop conscientizado de Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes chega no início da noite do festival

Pedro Antunes Publicado em 05/04/2019, às 19h12

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Arnaldo Antunes dos Tribalistas no Palco Budweiser do Lollapalooza 2019 (Foto: Mila Maluhy)
Arnaldo Antunes dos Tribalistas no Palco Budweiser do Lollapalooza 2019 (Foto: Mila Maluhy)

“Somos um só”, cantam os Tribalistas. Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes cantam juntos. São um só. Uma voz única a destilar um discurso pop político deliciosamente coerente com o momento do Brasil, no início de noite desta sexta-feira, 5, na primeira data de Lollapalooza 2019.

No Autódromo de Interlagos, o trio encarou dificuldades logo no início da apresentação. As músicas “Tribalistas” e “Carnavália”, primeiras do show, foram diretamente prejudicadas por um problema técnico do palco principal do festival, o Palco Budweiser. O som falhava, criando espaços de silêncio durante as músicas. O trio talvez nem tenha percebido, já que o retorno para eles parecia funcionar bem.

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Isso de nada afetou o show dos Tribalistas no Lollapalooza 2019, é importante dizer. “É uma alegria estar aqui juntando todas as tribos”, disse Arnaldo, ao explicar que esse era o último show de uma bem-sucedida turnê do grupo, depois de passagens pelos Estados Unidos, Europa e estádios no Brasil.

Políticos, mas com doçura, Marisa, Arnaldo e Carlinhos passeiam pelo repertório construído em dois discos do muitíssimo bem-sucedido projeto iniciado de forma despretenciosa em 2002, com o primeiro disco, e seguido em 2017, com um novo álbum.

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Com um pop tropical futurista, da estética do figurino às compaixões modernas e tradicionais ao mesmo tempo, o grupo navegou por mares intranquilos de composições com peso social importante que qualquer banda gringa jamais faria. O que mostra a importância de se ter um artista nacional em um horário mais nobre.

Três personalidades artísticas distintas, Marisa, Arnaldo e Carlinhos se completam. O último com o ritmo que faz poesia, o segundo, com a poesia concretista, ela, Marisa, com a sensibilidade aguçada e versos incisivos.

Com “Amor I Love You” e “Depois”, o grupo expôs a capacidade do trio em caminhar por trechos mais calmos, de contemplação e coração partido. Ainda assim, gritos contra o presidente Jair Bolsonaro são ouvidos nos intervalos entre as canções.

É o primeiro Lollapalooza com o novo presidente do Brasil e o país Lollapalooza deixa seu recado sempre que pode.

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