- Cenas de Paris Is Burning e I Am Divine (Fotos: Reprodução via IMDb)

6 documentários e reality shows para conhecer o universo drag [LISTA]

No mês do Orgulho LGBTQ+, selecionamos produções essenciais para entender a história desta expressão artística

Julia Harumi Morita Publicado em 15/06/2021, às 15h39 - Atualizado às 16h00

Historicamente, o termo drag está relacionado aos teatros, onde mulheres eram proibidas no elenco e homens interpretavam papéis femininos, segundo a BBC - o ato de vestir roupas ou assumir personas de outro gênero foi praticado por várias culturas nos mais diversos períodos, de acordo com Frank DeCaro, autor do livro Drag: Combing Through the Big Wigs of Show Business (2018).

No século XX, a expressão se transformou em uma comunidade, a qual se expandiu para além dos teatros, em direção aos clubes, ballrooms e programas de televisão. Julian Eltinge, Marsha P. Johnson, Mother Flawless Sabrina, Divine e RuPaul Charles são alguns ícones LGBTQ+ que tiveram papéis fundamentais na luta e popularização da arte drag.

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No Brasil, a história das drag queens tem registros desde os anos 1970, de acordo com o artigo "Drag Queen: Um Percurso Histórico Pela Arte dos Atores Transformistas", e ganhou popularidade nos últimos anos com as cantoras Pabllo Vittar, Gloria Groove, Lia Clark, entre muitas outras que ganham cada vez mais espaços na cultura pop.

Hoje, a definição de drag queen ou drag king é tema de discussões e personalidades como Gottmilk e Lemon, participantes do RuPaul's Drag Race e Canada's Drag Race, respectivamente, defendem que todos podem ser drag.

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Em homenagem ao mês do Orgulho LGBTQ+, a Rolling Stone Brasil listou seis documentários e reality shows para conhecer o universo drag. Confira:

The Queen (1968)

Dirigido por Frank Simon, o documentário The Queen retrata os bastidores do Concurso de Beleza Miss All-America Camp de 1967, o qual foi realizado em Nova York e contou com Andy Warhol entre os jurados.

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Narrado por Mother Flawless Sabrina, a obra registra um período no qual homossexualidade era considerada uma doença mental, segundo a Vogue, e o uso de delineador por um homem poderia resultar em prisão, de acordo com Harvey Fierstein. Exibido no Festival de Cannes, o longa-metragem marcou a história LGBTQ+ um ano antes dos protestos de Stonewall.


Paris is Burning (1990)

Os fãs da série Pose (2018), da Netflix, não podem deixar de ver o documentário Paris is Burning (1990), dirigido por Jennie Livingston. Ambientado nos anos 1980, a obra mostra a cena drag dos ballrooms de Nova York, os quais se tornaram um refúgio para a comunidade LGBTQ+ não branca.

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RuPaul's Drag Race (2009)

A lista não poderia deixar de mencionar RuPaul's Drag Race. Exibido pela primeira vez em 2009, o programa reúne um grupo de drag queens, as quais realizam desafios de performance e precisam se salvar da eliminação, feita por uma bancada de jurados, a cada episódio.

Aclamada pelo público e pela crítica, o reality show dá visibilidade para novas gerações de drags, além de trazer inúmeras referências sobre a história das drag queens. Hoje, o programa se transformou em uma franquia e possui inúmeros spin-offs, como RuPaul's Drag Race All Stars (2012) e RuPaul's Drag Race: Untucked (2010).

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I Am Divine (2013)

Este documentário relembra como Divine se tornou a musa do diretor John Waters, o papa do trash. Ao longo da carreira, drag queen estrelou os filmes mais populares do cineasta, como Pink Flamingos (1972) e Hairspray (1988) - neste último, interpretou a mãe da protagonista Tracy Turnblad e instaurou a tradição da personagem ser interpretada por homens.


Drag Kids (2019)

Como o próprio nome indica, Drag Kids acompanha a trajetória de quatro adolescentes - Queen Lactatia, Laddy GaGa, Suzan Bee Anthony e Bracken Hankepelo - e seus respectivos responsáveis pelo universo drag e a primeira performance delas na parada LGBTQ+ de Montreal, no Canadá.

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Wig (2019)

Dirigido por Chris Moukarbel e produzido por Neil Patrick Harris, este documentário mostra as origens do Wigstock, festival inspirado no Woodstock e realizado no fim do verão em Nova York desde a década de 1980, além de refletir sobre arte e identidade nos dias de hoje.


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