A decisão foi tomada por uma promotora de Santa Fé nesta quinta-feira, 19, e tanto o ator, quanto a armeira Hannah Gutierrez Reed serão acusados
Pamela Malva Publicado em 19/01/2023, às 13h00
O processo que investiga o assassinato de Halyna Hutchins no set de filmagens do filme Rust foi decidido nesta quinta-feira, 19. Em comunicado, a promotoria revelou que tanto o ator Alec Baldwin, quanto a armeira Hannah Gutierrez Reed enfrentarão acusações de homicídio culposo.
Em outubro de 2021, a indústria do cinema foi surpreendida com uma tragédia. Enquanto se preparava para gravar uma cena do filme Rust, Alec Baldwinacabou disparando contra a diretora de fotografia Halyna Hutchins. Iniciou-se, então, uma investigação intensa com relação às circunstâncias do ocorrido, uma vez que muito se especulou sobre o fato da arma estar carregada num set de filmagens.
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Desde o ocorrido, o ator de 64 anos tem afirmado que, quando recebeu a arma de David Halls, o assistente de direção do filme, soube que ela estava carregada apenas com munições fictícias. O problema é que, durante a perícia, descobriu-se que a arma continha uma bala verdadeira — que, uma vez disparada, atravessou o torso de Halyna Hutchins e se alojou no ombro do diretor Joel Souza.
Dessa forma, segundo a Variety, a primeira promotora judicial de Santa Fé Mary Carmack-Altwies decidiu que Baldwin e Gutierrez, que teoricamente carregou a arma, serão acusados de homicídio culposo (onde não há intenção de matar). Caso sejam considerados culpados, ambos podem enfrentar a pena máxima de 18 meses de prisão — sendo que os dois também enfrentam um agravante por uso de arma de fogo, que pode acarretar em uma sentença mínima e obrigatória de cinco anos de detenção.
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Além do ator e da jovem responsável pelos armamentos utilizados no filme, Dave Halls também foi investigado. Segundo a promotora, contudo, o assistente de direção concordou em declarar-se culpado da acusação de "uso negligente de uma arma mortal”, por ter entregue o Colt .45 carregado para Baldwin. Graças ao acordo, Halls foi condenado a apenas seis meses de liberdade condicional.
“Se qualquer uma dessas três pessoas – Alec Baldwin, Hannah Gutierrez Reed ou David Halls – tivesse feito seu trabalho, Halyna Hutchins estaria viva hoje. É simples assim”, afirmou Andrea Reeb, promotora nomeada por Carmack-Altwies para supervisionar o caso. "A evidência mostra claramente um padrão de desrespeito criminal pela segurança no set de filmagem de Rust.”
Ainda em comunicado, a promotoria afirmou que as acusações contra Baldwin e Gutierrez serão apresentadas antes do final deste mês e, assim, ambos devem fazer “uma primeira aparição” no tribunal. Por enquanto, ainda não existem datas para a audiência preliminar em que os promotores devem apresentar provas suficientes que sustentem o julgamento do caso.
Em paralelo à investigação, Alec Baldwin, os produtores de Rust e o marido de Halyna, Matthew Hutchins, assinaram um acordo civil no ano passado. Anunciado em outubro, o contrato prevê que as gravações do filme serão retomadas e, uma vez finalizado, o longa será inscrito em prêmios de cinema.
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Diante das acusações, Alec Baldwin afirma que não é o culpado do caso, enquanto seus advogados atribuem a culpa para Halls, Gutierrez e outras duas pessoas. Segundo Luke Nikas, um dos defensores do ator, a decisão “distorce a trágica morte de Halyna Hutchins e representa um terrível erro judicial”.
"Senhor Baldwin não tinha motivos para acreditar que havia uma bala viva na arma – ou em qualquer lugar do set de filmagem. Ele confiou nos profissionais com quem trabalhava, que lhe garantiram que a arma não tinha munição real. Lutaremos contra essas acusações e venceremos”, afirmou o advogado.
Já Brian Panish, advogado da família de Halyna Hutchins, divulgou, ainda nesta quinta-feira, 19, um comunicado expressando apoio às acusações. “Queremos agradecer ao xerife de Santa Fé e ao promotor distrital por concluir sua investigação e determinar que as acusações de homicídio culposo são justificadas pelo assassinato de Halyna com desrespeito consciente pela vida humana”, escreveu.
“Nossa investigação independente também confirma que as acusações são justificadas. É um consolo para a família saber que, no Novo México, ninguém está acima da lei”, continuou o advogado. “Apoiamos as acusações, cooperaremos totalmente com esta acusação e esperamos fervorosamente que o sistema de justiça trabalhe para proteger o público e responsabilizar aqueles que infringem a lei.”
