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Épico, Vingadores: Ultimato encerra saga com lágrimas, despedidas e tudo o que você gostaria [Sem Spoilers]

Depois de 11 anos, Marvel Studios conclui seu arco de filmes com embate final entre os heróis e o vilão Thanos

Pedro Antunes Publicado em 24/04/2019, às 07h44

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Capitão América em cena de 'Vingadores: Ultimato' (Foto: Marvel Studios)
Capitão América em cena de 'Vingadores: Ultimato' (Foto: Marvel Studios)

Os irmãos Russo riram de cada teoria mirabolante para o desenrolar de Vingadores: Guerra Infinitadepois do estalar de dedos de Thanos, vilão interpretado por Josh Brolin. Porque a sequência, o filme que segue os acontecimentos da extinção de metade de todos os seres vivos do universo, Vingadores: Ultimato, entrega uma resolução muito própria, intensa e, principalmente, imprevisível.

E foi imprevisibilidade responsável por fazer de Guerra Infinita o estrondo assistido por cada fã de cinema pop. Até então, em 21 filmes da Marvel nos cinemas ao longo de 10 anos, o vilão não ganhava. O herói não morria.

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Thanos e os diretores Anthony e Joe Russo quebraram essa regra. O vilão não só foi capaz de reunir as seis Joias Infinito, as principais fontes de energia de todo o universo, como também derrotou o Vingadores e concretizou seu plano de "dar equilíbrio ao universo" ao dizimar metade dele. 

Portanto, ainda espere pelo inesperado quando for assistir Vingadores: Ultimato, com estreia a partir dos primeiros minutos desta quinta-feira, 25. Ele virá. Com lágrimas também, de alegria e tristeza.

Guerra Infinita definitivamente expandiu as possibilidades para as adaptações de quadrinhos para os cinemas, assim como Homem de Ferro, com Robert Downey Jr. o fez, em 2008, quando heróis não eram bem vistos por Hollywood - nem Downey Jr., então um ator problema.

É magnífico, de fato, perceber como o estúdio conseguiu criar um arco longo e encerrá-lo, mais de uma década depois, com tantos filmes a formar um mosaico colorido, com obras distintas, mas, ainda assim, conectadas. Com mais acertos do que falhas, a Marvel estabeleceu um novo nível de qualidade para o cinema pop.

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A partir da quebra de paradigmas, o estúdio estabeleceu também sua linguagem própria. Há filmes sérios, como Pantera Negra, outros engraçados, como Homem-Formiga. Há psicodelia de Doutor Estranho, há o clima noir, como Capitão América: Soldado Invernal. Filmes de heróis não são um gênero em si, mas, sim, uma opção narrativa de trazer um personagem por uma jornada particular. 

Vingadores: Ultimato, diferentemente de todos os outros filmes do Marvel Studios, requer um conhecimento maior da saga cinematográfica do Universo Cinematográfico da Marvel. Não adianta chegar à sala de cinema e passar por aquelas 3 horas de filme sem entender as motivações de cada um dos personagens principais. E, no caso de Ultimato, quase todos são igualmente protagonistas, embora o trio de ferro, formado por Homem de Ferro, Thor e Capitão América, ainda seja foco das atenções.

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Afinal, eles introduziram o MCU e seus atores, Downey Jr., Chris Hemsworth e Chris Evans, também têm o maior salário da extensa folha de pagamento do estúdio. Onze anos depois, a Marvel precisa de renovação. E isso ficará a cargo de personagens como Capitã Marvel, vivida por Brie Larson.

O sucesso de Vingadores: Guerra Infinita foi tamanho, com seus US$ 2 bilhões, que os irmãos Russo e a Marvel puderam se dar ao luxo de criar um filme que não funciona sozinho. Se a obra do MCU era mais uma antologia de histórias independentes com algumas interligações, agora, em Vingadores: Ultimato, tudo se comunica.

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Mas também oferece desfecho. Grandes arcos de personagens como Tony Stark, o primeiro a ser apresentado, tem nuances bonitos de redenção e aprendizado. Cada um dos Vingadores tem isso, em escalas maiores ou menores.

Ultimato compete diretamente com Guerra Infinita pelos mililitros de lágrimas derramados. Mas, de resto, a produção mais recente é superlativa. Depois da derrota contra Thanos, os Vingadores restantes precisam seguir adiante, queriam ou não.

Isso oferece diferentes perspectivas, muitas vezes surpreendentes, para personagens tão conhecidos. Como estão Tony Stark, Thor e Capitão América depois de perderem uma batalha? Como eles lidam com a derrota mais terrível das suas vidas?

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Os irmãos Russo foram engenhosos ali. Do luto à luta, Ultimato mais surpreende do que cai nas saídas fáceis demais. É a chegada de Homem-Formiga, vivido por Paul Rudd, que começa a mudar as coisas para o lado dos Vingadores.

Ultimato propõe um jogo de xadrez com escalas gigantescas, em diferentes partes do tempo e espaço. A batalha entre Thanos e Vingadores ganha um novo capítulo, mais intenso e de escala ainda maior. Há tempos o cinemão pop não via algo tão gigantesco.

Duro foi o trabalho de dar protagonismo a cada personagem importante dessa saga toda do MCU. Isso prejudica o ritmo de Ultimato, é verdade, mas o terceiro ato do longa, alucinante, mantém a alta média de velocidade do filme.


Kevin Feige
, chefão do Marvel Studios, diz que depois de Ultimato, o MCU será diferente. Foram, afinal, 11 anos de 21 filmes para contar a história de Thanos e a sua obsessão pelas Joias do Infinito. A possibilidade é que não existam mais sagas tão longas assim, mas nunca se sabe.

Vingadores: Ultimatotraz sacrifícios e redenção. E lágrimas, felizes ou tristes. Intenso, o filme mudou o jogo cinemão ao saber usar artifícios já conhecidos (a jornada do herói, as reviravoltas, as histórias de superação) de forma superlativa. É claro, entrega uma conclusão para muitas histórias, mas deixa muitas pontas abertas para novas costuras. O MCU está vivo e muito longe do fim.

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